Governo da PB diz que não vai atender pedido do MEC para executar e filmar hino em escolas
O governo da Paraíba não vai cumprir o pedido do Ministério da Educação (MEC) para que as escolas executem o Hino Nacional e que os alunos sejam filmados cantando. A informação foi dada nesta terça-feira (26) pelo Secretário de Educação do estado, Aléssio Trindade.
O pedido do MEC foi feito através de um comunicado enviada a escolas do país. O ministro Ricardo Vélez Rodriguez pede que seja lida nas unidades escolares uma carta assinada por ele e, na sequência, alunos professores e funcionários fiquem perfilados em frente à bandeira nacional para cantar o hino.
“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”, diz a carta de Rodriguez, que termina o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro.
O secretário de educação disse que a carta do ministro é um “rompante”. “Ela não foi discutida em nenhum momento, nem com a secretaria da Paraíba, nem com nenhuma outra secretaria de Educação. Ela fere o principio da autonomia”, afirmou Trindade.
Aléssio ressaltou que as escolas da Paraíba têm um projeto pedagógico estabelecido no diálogo, na construção coletiva, trabalhando de maneira própria a questão dos símbolos nacionais e estaduais, e a própria disciplina. “Essa medida não tem aplicabilidade no estado da Paraíba, nós não vamos aplicar”, cravou o secretário de Educação.
Ele também ressaltou que o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) divulgou uma nota se colocando contra a medida do MEC. Para a entidade, “a ação fere não apenas a autonomia dos gestores escolares, mas dos entes da federação. O ambiente escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária”.
A nova carta que vai ser enviada às escolas têm o seguinte texto: “Brasileiros! Vamos saudar o Brasil e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração”.
No entanto, o comunicado enviado pelo MEC à imprensa ainda deixa aberta a possibilidade de filmagem dos alunos, desde que sob autorização.
G1/PB