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Funjope realiza exposição em homenagem a Dom José Maria Pires

A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) abre, nesta quinta-feira (18), às 16h, a exposição ‘Tributo a Dom José Maria Pires’, em memória do Arcebispo Emérito da Paraíba, que faleceu em 2017. A mostra, que segue até 03 de dezembro, será realizada no Casarão 34 e apresenta diversos textos escritos pelo próprio religioso, falando sobre temas diversos, entre eles, o Dia da Consciência Negra, lembrado no dia 20 de novembro. Também em alusão à data, será celebrada uma missa nesta sexta (19), ao meio dia, na Catedral de Nossa Senhora das Neves, pelo padre Luiz Couto.

Com esse tributo, a Funjope, junto à Prefeitura, está recuperando uma memória muito especial de um líder religioso que dedicou sua vida aos direitos humanos e, sobretudo da população negra. “Nós queríamos, no mês da consciência negra, marcar esse momento, trazer para a agenda do dia a dia da cidade de João Pessoa essa memória especial”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.

O pároco da Catedral de Nossa Senhora das Neves, Monsenhor Robson Bezerra de Mello, contou que foi procurado pelo diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, que falou de sua vontade de recuperar a história de Dom José. A partir dessa conversa, foi acionado o Centro Cultural São Francisco, onde está todo acervo de Dom José que será exposto na mostra.

“Celebraremos uma missa para fazermos uma oração a Deus pela memória de nosso irmão que tanto nos honrou com seu testemunho cristão”, enfatizou. Disse ainda que o padre Luiz Couto foi lembrado para realizar a celebração porque trabalhou com Dom José durante muitos anos.

O padre Marcondes Meneses, diretor do Centro Cultural São Francisco, elogiou a iniciativa da Fundação. “Tenho certeza de que a Funjope acertou em cheio ao trazer a temática em relação à negritude e, tendo esse tributo a Dom José, não só porque era um bispo católico, mas porque encampou essa luta. A Funjope traz um legado de quase 30 anos aqui na Paraíba”, comentou.

O material da exposição pertence ao Arquivo Eclesiástico e faz parte do Memorial Arquidiocesano. “Um acervo como esse não é para ficar trancado e sim se tonar público e fazer com que as pessoas conheçam e vejam um pouco como foi a vida de Dom José”, acrescentou o padre Marcondes.

Outras ações
Além da exposição em homenagem ao Arcebispo Dom José Maria Pires, a Funjope realiza outras atividades no mês da consciência negra como a Feira do Empreendedorismo Pretas e Pretos que terá continuidade nos dias 24 e 25 no Centro Cultural de Mangabeira, e no dia 26, no Largo da Gameleira. Está sendo programado ainda um seminário sobre identidade negra.

Sobre Dom José
O Arcebispo era de família muito humilde e não tinha sequer condições de pagar o seminário, onde só seria admitido se falasse francês. Autodidata, voltou para casa, estudou, fez a prova e foi aprovado com excelência, sendo acolhido pelo reitor do seminário.

Foi pároco em Minas Gerais, nomeado bispo conciliar, participou do Concílio Vaticano II, reunião convocada pelo Papa para bispos do mundo inteiro, e do Pacto das Catacumbas, dando testemunho de humildade e pobreza, indo morar numa casa simples, atrás da catedral.

Atuou em diversas pastorais, incentivou o movimento negro e participou, com Dom Hélder Câmara, da Missa dos Quilombos, em Recife (PE) e ali passou a ser chamado de Dom Zumbi. “Dedicou sua vida inteira aos pobres, em defesa dos injustiçados. Era um homem de muita coragem e fé em Deus, que conduziu a Arquidiocese da Paraíba com muita coerência e humildade”, completou.

Assessoria

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Redação DiárioPB

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