Frei Anastácio se retira de audiência e critica atuação de alguns membros de CPI da Câmara dos deputados
O deputado estadual Frei Anastácio (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, se retirou da audiência pública realizada, hoje (03), em João Pessoa, pela a CPI da Câmara dos Deputados que investiga extermínio de negros e pobres. “Não dar para acreditar numa CPI que tem vários membros que votaram a favor da redução da maioridade penal e falam em investigar mortes de negros e pobres”, disse o deputado.
De acordo com Frei Anastácio, dados da própria CPI mostram que de cada 14 jovens assassinados na Paraíba,13 são negros e pobres. “É justamente esse público que está sendo exterminado, que os membros da CPI, que votaram a favor da redução da maioridade estão querendo proteger”, indaga o deputado acrescentando que diminuindo a maioridade penal, a marginalização desse público irá aumentar ainda mais.
“Essa posição desses parlamentares, entre eles vários paraibanos, a exemplo de Wilson Filho, que é vice-presidente da CPI, mostra que eles não estão comprometidos com o interesse do povo. Votaram atendendo ao apelo da grande mídia, que representa setores do poder econômico do país, que quer superlotar as prisões, mais ainda, com negros e pobres, para forçar uma privatização do sistema prisional brasileiro e favorecer a grupos que querem lucrar com isso”, argumentou.
Frei Anastácio lembrou que o mesmo efeito danoso contra os pobres, acontece quando acontece um despejo de trabalhadores rurais. “Sem ter para onde ir, as famílias se aglomeram nas periferias das grandes cidades e os filhos, sem horizontes de vida, muitas vezes caem na marginalidade. O final deles é a morte, ou cadeia”, alertou.
O parlamentar lembrou que três despejos estão para acontecer nas fazendas Paraíso, em Pilar, Fazendinha e Paraíso, em Mogeiro. “Nessas três fazendas estão 160 famílias de posseiros que passaram a vida a serviço de famílias tradicionais e não sabem fazer outra coisa, a não ser cultivar a terra. Se o governo do estado autorizar esses despejos, estará contribuindo para aumentar a marginalidade de mais pobres e negros que procurarão refúgio nas periferias das cidades”, afirmou Frei Anastácio.
Assessoria