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Fantástico denuncia desvio de verba de instituições de caridade na Paraíba

policia jogoReportagem publicada na edição deste domingo pelo Fantástico da Rede Globo, denunciou o desvio de verbas de instituições de caridades por parte de bicheiros. A Apai de Campina Grande, seria uma das entidades que deixou de receber dinheiro a que tinha direito.

Segundo a Polícia Federal a Ativa Brasil, na verdade, fazia parte da fraude. O instituto tinha que distribuir o dinheiro do título para pelo menos outras 26 entidades, em nove estados. Até mandava um pouco, para não chamar a atenção. Mas de acordo com as investigações, a maior parte do dinheiro era desviada.

“Fizeram todo esse esquema para que o dinheiro, na verdade, nem chegue ao destinatário final de forma completa, mas sim muito minguado”, ressalta Marcello Diniz Cordeiro, delegado da PF.

A Polícia Federal, conforme destacou a reportagem, fez as contas e em um ano, cerca de 200 milhões de bilhetes do sorteio foram vendidos em nove estados. Ou seja, cerca de R$ 1 bilhão foi desviado. R$ 500 milhões, a metade da arrecadação, deveriam ser repassados para as entidades assistenciais.

A Polícia Federal identificou todos os envolvidos na fraude: o presidente da Ativa e quatro empresários: os irmãos Hermes, Cláudio, Júlio e Gustavo Paschoal. Eles são os donos da empresa que vendia os títulos de capitalização. A família Paschoal construiu um império em Pernambuco, formado por empresas, apartamentos em áreas nobres, e carros de luxo. Segundo a polícia, eles também estão envolvidos com o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, na capital e no interior de Pernambuco.

Na Paraíba, a Ativa também mandava R$ 3 mil por mês para a Apae, de Campina Grande. Para a Polícia Federal, nem perto do valor correto: R$ 75 mil.

A reportagem entrevistou a estudante Gabrielle tem 12 anos. Mostrou que duas vezes por semana, ela e a mãe saem de Junco do Seridó, onde moram, e vão até Campina Grande, para fazer tratamento na Apae.

“Na Apae? É uma maravilha o tratamento. Ela não falava muito. Ela não falava nada. Hoje, ela está bem melhor”, lembra Marizete dos Santos, mãe de Gabrielle.

Gabrielle conforme mostrou o Fantástico, viaja 100 quilômetros em um micro-ônibus da prefeitura, que também leva doentes para hospitais. Contando ida e volta, são cinco horas na estrada. Para conseguir atender 400 pessoas, a Apae de Campina Grande gasta R$ 65 mil por mês. Ou seja, se a ativa pagasse os R$ 75 mil, sobraria dinheiro e daria para atender mais pacientes.“A gente teria um número muito maior. A gente tem um serviço como a fonoaudiologia que tem mais de 200 usuários esperando uma vaga”, afirma Waléria Queiroz, diretora da Apae.

O presidente da Ativa saiu da cadeia quinta-feira passada e vai responder em liberdade. Em nota, o instituto disse que “não há irregularidades em relação ao repasse financeiro às entidades filantrópicas” e que “toda a movimentação está registrada nos livros contábeis, que se encontram à disposição das autoridades”. Agora, a venda dos títulos de capitalização da família Paschoal foi proibida. A Justiça também bloqueou R$ 100 milhões que estavam em contas bancárias.

Na semana durante operação deflagrada em João Pessoa, Campina Grande e outros 13 estados brasileiros, a Polícia Federal, desmantelou um grupo acusado de desviar dinheiros de instituições filantrópicas.

A denúncia investigada é de fraude e lavagem de dinheiro na venda desses títulos em todo o país. O esquema funcionava de modo que o dinheiro arrecadado com a compra dos títulos de capitalização deveria ser destinado a instituições filantrópicas.

No entanto, de acordo com a polícia, grande parte do dinheiro ia para uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) em Belo Horizonte, que servia de fachada para o dinheiro retornar à empresa.

A venda das cartelas do Paraíba Cap, assim como os sorteios realizados aos domingos, estão suspensos por tempo indeterminado. A empresa informou que quem comprou as cartelas para o sorteio do próximo domingo (15) terão direito ao ressarcimento do valor em local e data a serem divulgados.

Além da Paraíba e Pernambuco, a Polícia Federal realizou ações dessa operação nos estados de Rio Grande do Sul, Alagoas, Amazonas, Goiás, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Piauí e Pará. Equipes da PF realizaram buscas na sede da empresa, na Avenida Epitácio Pessoa, na capital paraibana na manhã da quarta-feira.

Durante entrevista coletiva concedida em João Pessoa, a empresa de títulos de capitalização Paraíba Cap negou que tenha participação em um susposto esquema de desvio de dinheiro investigado pela Polícia Federal.

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Redação DiárioPB

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