Eulâmpio Neto abre nova exposição na Estação Cabo Branco

Daimons, a música e o ethos humanosO caráter do homem, a música que o conduz e suas crenças nos espíritos sobrenaturais são algumas leituras que se pode fazer da exposição “Daimons, a música e o ethos humanos”, de autoria do artista plástico Eulâmpio José da Silva Neto. Ela está aberta no primeiro pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, com tempo de permanência até o dia 31 de maio.

A entrada é aberta ao público e o horário de visitação da exposição é de terça a sexta-feira das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 10h às 18h. No local o visitante vai encontrar 12 esculturas em cerâmica que mostram o horror do homem no seu cotidiano ou ao longo de sua existência.

O clima da exposição é o que mais tem chamado atenção do visitante quando atravessa as cortinas negras e entra na sala que dá acesso as esculturas. As obras estão envolvidas em uma ambientação negra, com luzes que se apagam e acendem misteriosamente a cada passo do visitante, e uma música clássica no ar que faz com que o ambiente fique mais perturbador, 134f9aca-247c-45fc-89d1-47def7ccd915curioso e intrigante.

Para cada escultura foi escolhida uma música. Na lista estão músicas de Carmira Burana (Carl Off), Vivald (Der Winter), Bach (Tocca d-Moll), Verdi (Réquiem), Beethoven (9ª Symphonie), Villa Lobos (Baquiana n. 5), Pink Floyd, André Lira e Hornknzert. A música, segundo Eulâmpio Neto, de certa forma ajudou a compor as obras. “Fez parte do processo de composição, assim como as próprias esculturas não estiveram separadas das leituras que fiz de Socrátes, Platão e outros”, comentou.

O artista plástico, Flávio Tavares, que escreve o texto de abertura da exposição, explica que as esculturas de Eulâmpio Neto não só revelam o horror do homem, mas uma gravidade de força maior. “Como somos por dentro, monstros encubados habitando casulos invisíveis silenciosamente”, comenta.

Pode-se dizer ainda que “Daimons, a música e o ethos humanos” cria uma estética que revela a alma em seus momentos mais perturbadores da vida. Na tradução literal dos termos que o artista utiliza ‘Dimons’ ou ‘Daimon’ consiste na crença em espíritos sobrenaturais. É uma característica muito recuada da religião popular grega; um certo daimon está ligado a uma pessoa ao nascer e determina, para o bem ou para o mal, o seu destino (confrontar a palavra grega para felicidade, eudaimonia, que tem um bom daimon). Na concepção xamanística da psyche, daimon é um outro nome para a alma, refletindo provavelmente as suas origens divinas e poderes extraordinários.

a7b7c7e4-520a-4780-85a6-cdfb56c1b65eA palavra Ethos é de origem grega, que significa “caráter moral”. É usada para descrever o conjunto de hábitos ou crenças que definem uma comunidade ou nação. No âmbito da sociologia e antropologia, o ethos são os costumes e os traços comportamentais que distinguem um povo. Por exemplo, ethos dos indianos.

A curadoria da exposição é da artista Lú Maia e Roberta Aymar, em parceria com a curadora da Estação Cabo Branco, a artista plástica Lúcia França.

Sobre o artista: Eulâmpio José da Silva Neto é natural de Recife (PE) e radicado em João Pessoa (PB) há alguns anos. Formado em medicina veterinária pela UFRPE, Mestre em Anatomia Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutor em Ciências Naturais (Anatomia de Vertebrados) pela Universidade de Tuebingen, na Alemanha, onde também cursou técnica escultórica em madeira. Fez curso de técnicas escultóricas em argila com o professor Ilson Morais em João Pessoa (2008).

Paralelo a vida acadêmica é também artista plástico e escultor. Participou de várias exposições, dentre elas: “Pathos das Dores e das Loucuras”, Coletânea Paraibana de Artistas, Por que Sapatos? Eulâmpio Neto mudou-se para Paraíba em 1984, ao passar no concurso público para professor auxiliar na UFPB, campus de Patos, onde ensinou até fevereiro de 2002. Atualmente é professor de Anatomia Humana da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. Eulâmpio também enveredou para a área da literatura onde lançou o livro “Meu Ser”.

Em 2011, Eulâmpio Neto doou a escultura “Vida”, para a Estação Cabo Branco Ciência, Cultura e Artes-Bairro do Altiplano. Segundo o artista “Vida” é uma escultura de uma mulher confeccionada em concreto armado, a obra remete a uma mulher geradora de vida; encontra-se fixada nos jardins da Estação.

Secom/JP

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Redação DiárioPB

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