Em entrevista ao DIÁRIOPB, Stédile diz que não basta realizar eleições diretas
Numa entrevista coletiva cedida hoje pela manhã no auditório da API, no centro de João Pessoa, o líder do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Terra, João Pedro Stédile, disse que apenas a realização de eleições diretas já para a Presidência da República, antecipando o calendário eleitoral em mais de um ano, não resolverá as conseqüências do golpe aplicado na democracia brasileira.
“Antecipa as eleições para outubro de 17 e aumenta o tempo pra cinco anos. E o Lula, ou quem assumisse, deveria assumir o compromisso de chamar uma Assembleia Constituinte. E a Assembleia Constituinte, então, fazer a reforma política o ano que vem e aí conserta a casa do ponto de vista político”, defendeu.
Para Stédile, além da reforma política e eleitoral, é indispensável uma ampla reforma do poder judiciário. O ativista sem-terra diz que não há lógica em que os juízes do STF possuam cargo vitalício. “Até nos Estado Unidos os membros da Suprema Corte são eleitos e possuem mandato determinado”, comenta.
Ele acha que a pressão popular por Diretas Já precisa ser viabilizada ainda nesse segundo semestre, porque se ficar para o ano que vem começará o calendário eleitoral normal e a proposta perde o sentido. “A Globo já iniciou campanha pró-Dória”, afirma.
João Pero discorda que está ocorrendo uma nova onda da Direita. “Na verdade, quem está em crise é o capitalismo e o Estado burguês!”, assevera. O líder do MST veio à Paraíba lançar o Plano Popular de Emergência Frente, uma série de propostas elaboradas pelas entidades que criaram a Frente Brasil Popular. Para Stédile, “a Frente é um exercício de democracia popular que precisa extrapolar a articulação de cúpula.
“A sentença contra Lula é ridícula e deverá ser derrubada na 2a instância. Lula é candidato para 2018″, disse. Ele defende que o PT mantenha candidatura mesmo que Lula seja preso, para criar um paradigma eleitoral. “Ou então, as esquerdas simplesmente decidam não participar da eleição vindoura, nas condições conjunturais atuais”, ponderou Stédile.
DIÁRIOPB