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Desmatamento por mineração na Amazônia bate recorde em 2021; área devastada até agosto já supera todo o ano de 2020

Os mais de 102 mil km² desmatados pela atividade é o maior já registrado pelo Inpe comparado ao mesmo período em anos anteriores. Especialista alerta que a situação deverá piorar nos próximos meses.

TI Munduruku, PA, está quase toda contaminada pelo mercúrio usado nos garimpos ilegais. Atividade desmata floresta e deixa crateras nos rios. — Foto: Marcos Amend/Greenpeace.

A mineração desmatou 102,42 km² na Amazônia entre 1º de janeiro e 13 de agosto, o equivalente a mais de 10,2 mil campos de futebol, segundo dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), reunidos pelo G1. A área já é maior que o registrado nos 12 meses de 2020, quando a atividade devastou 100,26 km².

O desmatamento causado por mineração na floresta amazônica no período analisado também é o maior em toda a série histórica do Deter/Inpe, iniciada em 2015:

  • 2021: 102,42 km²
  • 2020: 80,49 km²
  • 2019: 86,51 km²
  • 2018: 65,24 km²
  • 2017: 39,6 km²
  • 2016: 32,73 km²

Os dados do Inpe não fazem menção ao “garimpo” – extração de minérios predatória e ilegal, geralmente relacionada ao ouro e não à indústria – nem diferenciam a mineração legal (que tem autorização da Agencia Nacional de Mineração) da ilegal.

Dados reunidos pelo Instituto Socioambiental (ISA) alertam para crescimento do garimpo na região: os alertas de desmatamento causado por garimpo aumentaram 16% dentro de áreas protegidas da Amazônia entre agosto de 2020 e 2021. Fora dessas áreas, o aumento no período foi de 26%.

TI Sai Cinza, no Pará, tem sido uma das mais desmatadas por garimpo na Amazônia nos últimos anos. — Foto: Marcos Amend/Greenpeace.

Para Antônio Oviedo, cientista ambiental e pesquisador do ISA, os fatores que explicam o aumento do garimpo são uma combinação entre falta de fiscalização do governo e os projetos de lei em discussão no Congresso que visam acabar com demarcação de terra indígena e liberar de mineração nesses território, como o PL 490 e o PL 191.

“A grande maioria dos alertas de garimpo está nas terras indígenas (22%) e unidades de Conservação (53%), e a fiscalização não está atuando ali. O aumento também é decorrente da expectativa de que o projeto de lei que visa abrir as TIs para a mineração seja aprovado, e aí esses criminosos apostam na política do fato consumado, ou seja, já estão lá explorando e acham que com a aprovação da lei eles serão legalizados”, diz Oviedo.

Fonte G1

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Redação DiárioPB

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