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Desmatamento na Amazônia em abril ultrapassa 1.000 km² e é 74% maior que o recorde do mês

"As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil" , disse o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini

Brasília (13/06/2018) – O Ibama e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) de Mato Grosso, com apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer-MT) e da Força Nacional, iniciaram nesta terça-feira (12/06) operação conjunta para coibir o desmatamento ilegal da Amazônia. Na primeira ação, agentes ambientais flagraram o corte raso de 160 hectares em área de Reserva Legal em Tapurah (MT) por correntão, técnica que usa dois tratores e uma corrente com elos grossos para derrubar a vegetação nativa.Na base utilizada pelos infratores foram apreendidos um caminhão, uma pá carregadeira, uma moto, uma camionete, motosserras e documentos que evidenciam a saída da madeira, além de fichas de funcionários e comprovantes de transações bancárias. A Sema estima que a ação evitou o desmatamento de outros 800 hectares.Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT

Sputnik – A área de alertas de desmatamento na Amazônia ultrapassou 1.000 km² pela primeira vez em um mês de chuvas, de acordo com a série histórica calculada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em abril, a área de alertas chegou a 1.012 km², um número 74% maior do que o recorde anterior, de 580 km², registrado no ano passado.

O número ainda deverá ter um ajuste para cima, pois se refere a 29 dias do mês. O cálculo fechado para abril nas medições do Inpe será divulgado na próxima semana.

Comparada à média dos seis anos anteriores para abril, a área é 165% maior.

No acumulado de agosto de 2021 até agora — a temporada de cálculos do Inpe vai de agosto a julho —, os alertas já chegam a 5.070 km². O número já é 5% maior do que o registrado até julho do ano passado e o segundo maior da série histórica, perdendo apenas para o recorde de 5.680 km², detectado em 2020.

Segundo o Observatório do Clima, esse sistema de cálculo, chamado de Deter, não é feito para medir área desmatada, e sim orientar o trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O instituto diz que o método é ágil na divulgação, mas seus satélites são “míopes”, já que são incapazes de enxergar pequenas áreas desmatadas. O dado oficial sobre desmate é informado pelo sistema Prodes, divulgado uma vez por ano.

O Observatório do Clima explica que, entre os meses de novembro a abril, as detecções mensais do Deter são prejudicadas pelo maior volume de nuvens. O Inpe também informará, na semana que vem, o percentual da floresta que estava encoberto.

“As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia em um território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora”, afirmou o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.

De acordo com os cálculos do instituto, a taxa de desmatamento de 2022 deverá ultrapassar novamente os 10.000 km² no ano, com a possibilidade de um inédito quinto aumento consecutivo da devastação.

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Redação DiárioPB

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