Dengue e chikungunya caem 88,4% de casos na Paraíba
Os casos de dengue e chikungunya estão apresentando redução de notificações nestes primeiros meses do ano, segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (23) pela Secretaria de Estado da Saúde, que ainda mostra os dados dos casos de zika. De acordo com os dados, de 3 de janeiro a 11 de março de 2017 (10ª semana epidemiológica de início de sintomas), foram notificados 454 casos de dengue na Paraíba, uma redução de 81,54% em relação ao mesmo período do ano passado. Quanto às notificações de suspeita de chikungunya, o decréscimo foi de 94,6%, com 139 casos registrados neste ano contra 2.576 no ano passado.
“A SES salienta aos gestores municipais o alerta para a importância da notificação diante de casos suspeitos de dengue, zyka e chikungunya. Esta sinalização é uma forma de manter os profissionais de saúde em alerta para o agravo, contribuindo para desencadear ações de assistência à saúde, vigilância epidemiológica e ambiental”, observou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega.
Ela destacou ainda a importância de lembrar que a chikungunya foi confirmada pela primeira vez na Paraíba em dezembro de 2015, e, por isso, a população está susceptível ao agravo.
Zika Vírus – De acordo com o boletim, foram registrados 25 casos notificados por Zika Vírus de 3 de janeiro a 11 de março de 2017. Atualmente, na Paraíba existem três unidades sentinelas do Zika vírus implantadas para identificação da circulação viral nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Monteiro, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
“Destaca-se que a Doença Aguda pelo Zika Vírus foi inserida na Lista de Doenças de Notificação Compulsória a partir da Portaria Nº 204, 17 de fevereiro de 2016, o que justifica o pico de notificações no mês de fevereiro”, lembrou Renata Nóbrega.
Óbitos – Até a 10ª Semana Epidemiológica foram notificados três óbitos com suspeita de causa por dengue (um caso em Bayeux, outro em Conceição e outro em João Pessoa). Os óbitos com suspeita devem ser informados imediatamente, ou seja, no período de 24 horas, conforme Portaria 204 de 17 de Fevereiro de 2016.
A Gerência Operacional de Vigilância Epidemiológica da SES-PB, por meio do Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas (NDTA), orienta aos municípios a registrarem óbitos suspeitos por arboviroses. “É importante que sejam realizadas investigações no âmbito ambulatorial, domiciliar e hospitalar, utilizando o Protocolo de Investigação de Óbitos por Arbovírus Urbanos no Brasil (Dengue, Chikungunya e Zika), instituído pelo Ministério da Saúde no dia 13 de junho de 2016. As Gerências Regionais de Saúde e o NDTA darão apoio técnico na análise e discussão dos casos”, informou Renata, salientando que as investigações são indispensáveis para o encerramento dos casos, além de identificar o perfil dos óbitos ocorridos no Estado.
Em caso de adoecimento, o usuário deverá procurar imediatamente a Estratégia de Saúde da Família – ESF ou serviço de saúde mais próximo. “Destaca-se que a estratégia mais efetiva para evitar os óbitos é a detecção precoce dos casos suspeitos e condução do manejo clínico adequado do paciente, de acordo com o agravo”, orientou Renata.
Situação Laboratorial de Dengue e Chikungunya – Na Paraíba, no dia 16 de fevereiro de 2017, foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB) 189 amostras de sorologia para dengue (16 reagentes, 169 não reagentes e 4 indeterminadas). Já para testagem de sorologia para chikungunya, foram encaminhadas 62 amostras (7 reagentes, 49 não reagentes e 6 indeterminadas).
Além do envio de amostras para sorologia, é importante identificar o tipo de vírus circulante no Estado. Dessa forma, a vigilância epidemiológica recomenda aos municípios o envio de amostras para o isolamento viral, que devem ser encaminhadas seguindo as recomendações e esclarecimentos do Lacen-PB.
LIRAa – Para 2017 está prevista a realização de quatro LIRAa (Levantamento de Índices Rápido do Aedes aegypti) e LIA (Levantamento de Índices Amostral do Aedes aegypti), para avaliar os níveis de infestação predial do vetor. Este instrumento tem como objetivo nortear as medidas de ações de controle, além de ser uma atividade de comunicação e mobilização por meio da ampla divulgação dos resultados na mídia. As socializações dos resultados têm importante destaque para a obtenção de apoio na execução das ações de enfrentamento do problema por parte das secretarias municipais e a adesão da população e de setores externos ao âmbito da saúde.
No período de 30 de janeiro a 3 de fevereiro deste ano, foi realizado o 1º LIRAa/LIA/2017. Dos 223 municípios paraibanos, 222 (99,5%) apresentaram os seus resultados. De acordo com esses dados, 88 (39,6%) municípios apresentaram índices que demonstram situação de risco para ocorrência de surto, 95 (42,8%) encontram-se em situação de alerta e 39 (17,6%) municípios em situação satisfatória; destes 12 apresentaram IIP zero.
Considerando os IIP de acordo com Classificação de Risco apontado pelo LIRAa/LIA, foi realizada aplicação de UBV Pesado (Carro Fumacê) em 54 municípios. No 1º Ciclo/2017, que aconteceu de 1º de janeiro a 28 de fevereiro, foram realizadas 1.133.649 visitas domiciliares por 222 municípios paraibanos, como parte das estratégias de controle do Aedes aegypti no Programa de Enfrentamento a Microcefalia-PNEM. Apenas o município de Cacimba de Dentro não realizou as atividades previstas para o período.
Renata Nóbrega ressaltou que programar ações efetivas para a redução dos Índices de Infestação Predial deve se tornar, de fato, uma preocupação constante, diária e intensa para os gestores municipais. “A Secretaria de Estado da Saúde recomenda intensificar orientações sobre como evitar usar pratos nos vasos de plantas, guardar garrafas com o gargalo virado para baixo, manter lixeiras tampadas, ralos fechados e desentupidos, evitar acumular entulhos, entre outros”, pontuou.
Ações – No mês de março, ocorreu a Semana Nacional de Mobilização contra o mosquito Aedes aegypti, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, como estratégia do Programa Saúde na Escola (de 13 a 17) e, ainda, a realização da Semana Nacional de Mobilização contra o mosquito Aedes aegypti em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano.
Entre as atividades programadas para o combate ao Aedes em 2017 está a qualificação de 350 homens do Exército como apoiadores das ações de combate ao vetor; início das ações de intervenção do carro fumacê conforme critérios elencados na Nota Técnica 01/2016/GEVS; realização do Manejo Clínico das Arboviroses.
Arboviroses – São as doenças transmitidas ao homem por picadas de mosquitos – causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, zika e chikungunya (nestes casos, pelo mosquito Aedes aegyptiinfectado, um dos principais transmissores de arboviroses da atualidade).
DIÁRIOPB com Assessoria