Crise financeira do CNPq pode causar apagão na ciência brasileira
Considerado pilar para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, o CNPq declarou que só tem recursos para pagar as cerca de 80 mil bolsas ativas até o quinto dia últil de setembro (folha de agosto). Embora não tenha havido contingenciamento nessa rubrica específica, o orçamento aprovado para este ano foi deficitário, de R$ 784 milhões, o menor desde 2010 em valores nominais. A pasta da Ciência e Tecnologia tenta negociar solução com a equipe econômica para conseguir mais R$ 330 milhões até o fim do ano. A reportagem é do jornal o Globo.
Pesquisas promissoras em fase avançada pelo país serão afetadas pelo que já vem sendo chamado de apagão na ciência. Grupos de pesquisa que dependem da força de trabalho dos estudantes já anteveem as perdas.
Dos 22 pesquisadores do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dez são apoiados pela agência. O resultado prático de uma eventual saída deles, que em boa parte precisam do recurso para se manter, será a estagnação do estudo sobre possíveis áreas já endêmicas no estado do Rio para o vírus mayaro , “primo” do chicungunha recentemente detectado na região pela equipe. Outra pesquisa em andamento investiga a coinfeccção por dengue tipo 2 com outros arbovírus.
— Perderemos o bonde, enquanto o chicungunha está se espalhando pelo mundo em uma velocidade grande— aponta o professor Amílcar Tanuri, coordenador do laboratório, à reportagem.
Também professor do laboratório, Rodrigo Brindeiro complementa:
— Os verdadeiros pesquisadores são os alunos, que vão para a bancada. Nós, em boa parte do tempo, estamos lidando com a burocracia, com a papelada.
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