Crespo continua Liso

Sim, outros tempos. Tempos em que Palermo era atacante do Boca, que Riquelme colocava La Bombonera pra estourar e que Crespo rendia todo mundo nos grandes shows do italiano. Jogou ao lado de grandes figuras, como Adriano Imperador, Recoba, Ibrahimovic e companhia. Jogou em times rivais também, vestiu as duas principais camisas de Milão com responsabilidade, mas o time onde se destacou com maior firmeza, em números de gols, foi o Parma.

Nasceu na Florida, não naquele ex-reduto da pirataria inglesa nos Estados Unidos, mas em uma região da Argentina. O primeiro ingresso da vida futebolística foi feito no River Plate, ainda em 1988, quando era adolescente. Mas, em um pulo direto para o nosso presente, os números também começam muito a favor do novíssimo treinador, consolidado no mercado de técnicos em 2014.

O termo liso têm várias explicações possíveis, vem da linguagem popular, e aqui significa a capacidade de superar obstáculos com sapiência ou mesmo o fato de não “ser pego por ninguém”, dois requisitos básicos que o argentino vem acumulando no comando do tricolor paulista. Sim, parece uma enguia ensaboada quando se trata de ótimas sequências.

Pra se ter uma ideia, até o começo da semana , o técnico havia imprimido uma série de 7 jogos consecutivos com vitórias em um espaço de tempo de 16 dias. A última coisa semelhante feita pelo São Paulo foi em 2007, há 14 anos.

São 30 gols em 12 jogos, invicto na Liberta, ótimo candidato a ganhar o paulista, surpresas pro Brasileirão e Dani Alves perdendo o posto de “interino” para voltar ser um bom lateral. Crespo colocou ordem na casa. A diferença entre ele e eu é apenas o significado da palavra “liso”, já que o mandante recebe uma ótima quantia para o trabalho que executa.

Por Emanuel Reis