Contas em dia: Haddad deixará R$ 6 bi em caixa para Dória
O atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deixará as contas da cidade em ordem para seu sucessor João Dória (PSDB). Serão deixados R$ 2 bilhões em caixa. Este valor é o saldo líquido disponível nas contas da Prefeitura, descontando a verba já empenhada com restos a pagar, de aproximadamente R$ 4 bilhões.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, os recursos seriam suficientes para arcar com 40 dias de operação da Prefeitura caso a arrecadação da cidade fosse completamente suspensa em janeiro.
Apesar da crise econômica, os valores são semelhantes aos números deixados pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD). Em 2013, quando Haddad assumiu, o caixa herdado somava R$ 5,8 bilhões, em valores atualizados, dos quais R$ 2,5 bilhões não estavam comprometidos – ou seja, apenas 2 % a mais.
De acordo com o secretário municipal de Finanças, Rogério Ceron, o montante que será repassado a Doria é resultado do controle fiscal, mesmo diante dos problemas de arrecadação enfrentados pela cidade ao longo dos últimos quatro anos. Ao jornal, a equipe de Doria disse que o saldo a ser herdado parece indicar que o fluxo de caixa está ajustado.
Vale lembrar que com a renegociação da dívida do Município de São Paulo com a União, feita na gestão Haddad, a cidade se tornou a capital com maior autonomia financeira do País, segundo boletim publicado pelo Tesouro Nacional no início de novembro. O nível de Dívida Consolidada Líquida da cidade caiu para cerca de 74,1% da Receita Corrente Líquida (RCL), ante 182,3% ao final de 2015.
São Paulo, hoje, também é a capital com menor comprometimento com despesas de pessoal, tendo gasto cerca de 34,5% de sua RCL, inferior ao limite de 60% fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Ainda de acordo com os dados do Tesouro Nacional, São Paulo também se destacou em primeiro lugar, com 70% de suas receitas oriundas de arrecadação própria, sendo a média das demais capitais de apenas 44%, e é um dos poucos entes que ainda geram superávit primário no país.
Revista Forum