GERAL

Consciência Negra: Ateliê Multicultural realiza o Auto dos Orixas 2016 celebrando o Sagrado das Mulheres

Celebrando o Sagrado das Mulheres’ é tema do espetáculo Auto dos Orixás que será encenado no Ponto de Cem Reis, neste domingo (20), a partir das 18 horas, dia em que celebra a Consciência Negra. Em sua sexta edição, o evento é realizado pelo Ateliê Multicultural Elioenai Gomes, como culminância do trabalho pelo fortalecimento da cultura negra paraibana, bem como da desconstrução de preconceitos relacionados à intolerância religiosa e, portanto, a cada ano atrai um maior número de pessoas que têm a oportunidade de ver uma releitura dos arquétipos dos orixás e das influências na cultura popular. A entrada é gratuita.

Foto: Sérgio Ricardo/Arquivo/DIÁRIOPB
Auto dos Orixás encenado no Ponto de Cem Réis – Foto: Sérgio Ricardo/Arquivo/DIÁRIOPB

O Auto dos Orixás 2016 celebra o Sagrado Feminino como o resgate de uma sabedoria ancestral que reintegra os valores da mulher em todas as suas faces, seja ela social, pessoal, psicológica, religiosa, cultural, espiritual, educacional e etc. Além de trazer uma consciência que está em harmonia com a natureza,  trás ensinamentos sobre os ciclos da mulher, seu corpo físico, emocional e espiritual, mostrados  em  suas quatro fases da vida: infância , juventude, maturidade e velhice interpretadas pelas as atrizes Raquel Ferreira, Norma Goes, Maria Betania, Gilvanete Carvalho e Fernanda Ferreira que realizaram laboratórios e suas vivências pessoais  para criação do texto teatral que é dirigido pela teatróloga Ana Rosa Azra Peixoto.

No desenrolar do roteiro, essas mulheres se apresentam como lavadeiras, que vivenciam os ciclos da vida de acordo a representação dos arquétipos dos orixás femininos Oxum, Iansã, Iemanjá e Nanã. Reforçando as características de cada ancestral que é a natureza cíclica, iguais aos ciclos da terra, com suas estações, fases da lua e etc. E toda essa energia criativa que flui em cada mulher, seu corpo, trás mudanças, auto-estima, confiança e poder interior e o reconhecimento da manifestação da própria Mãe Natureza, o arquétipo da mãe geradora e nutridora. Essa sabedoria natural que lhe proporciona cura, intuição, conexão com as forças da natureza, sustentação e equilíbrio.

A mulher deve ser reconhecida pelo seu poder que tem dentro de si. Mas o Sagrado Feminino está além de questão de gênero, porque é uma energia, um poder e uma força que habita todos, sem distinção. Apesar de estar relacionada com o feminino, não está relacionada com gênero, mas sim com a força e poder da energia feminina dentro de cada um: homens e mulheres.

De acordo com o artista multicultural Elioenai Gomes que faz a direção geral do espetáculo, esse ano no Auto dos Orixás foram inseridos elementos diferenciados como o teatro, pois com a utilização da fala  há um desdobramento também educativo,  com uma função mais didática, por meio da informação.”Sabe-se que essa  intolerância, preconceito e discriminação só serão vencidas com a informação que leva a sabedoria”.

O Auto dos Orixás é uma celebração da vida humana onde se mostra que o equilíbrio entre masculino e feminino precisa ser reintegrado, onde homens e mulheres precisam reconhecer suas verdadeiras naturezas e se respeitar mutuamente”, destacou Elioenai Gomes.

O espetáculo acontece no meio da Praça do Ponto de Cem Réis, num grande circulo holístico feito pela própria platéia  presente que forma uma grande roda demarcada por uma roda da cachoeira que fala das águas das mulheres, onde tudo começa. Estarão predominantes durante todo evento o canto, a dança, a percussão e a música numa grande troca de experiências e conhecimentos que serão expressosa partir de um set afro com a Dj Kylt, seguido de uma roda de capoeira com mulheres das cidades de Rio Tinto, Campina Grande e João Pessoa, de composições musicais  das paraibanas Kátia de França, Poliana Rezende e Regina Limeira, com interpretações das cantoras Elaine Cristina, Debora Vieira, Regina Limeira e Poliana Rezende.  O encerramento será com o ‘Raízes’, grupo de dança e percussão afro-brasileira e indígena e participação do grupo de batuque as Calungas.

O Ateliê Multicultural Elioenai Gomes– Fundado em 2004, atualmente referência de multiculturalismo na capital paraibana, o Ateliê integra as mais diversas formas de expressões artísticas – música, artes visuais, artes cênicas, literatura, entre outras -, com o objetivo de promover a diversidade cultural, garantindo a originalidade das expressões culturais locais e seu potencial de crescimento. Situado na Ladeira da Borborema, 101, bairro do Varadouro, o Ateliê possui produtos culturais consolidados – como o Grupo Raízes de percussão e dança afro indígena – e projetos como Baile Afro, Casa de Bamba, Cortejo de Tambores, Baile de Máscaras, Cortejo Multicultural, etc.Fica localizado na Rua Ladeira da Borborema, 1001, Varadouro. Aberto a visitação pública.

DIÁRIOPB com Assessoria

Veja também

Sérgio Ricardo entrevista o ator Joallisson Cunha, da série “Cangaço Novo” no Alô Comunidade

 

Redação DiárioPB

Portal de notícias da Paraíba, Brasil e o mundo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo