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Conhecer o acervo arquitetônico de JP é boa opção no feriadão

acervo arquitetônico de JPDos muitos testemunhos arquitetônicos deixados em 430 anos de João Pessoa, a história da terceira cidade mais antiga do Brasil começa a ser contada a partir do Varadouro. A cidade voltada para o Sanhauá, onde transcorreu boa parte da vida social e econômica até meados do século XX (quando passou a expandir-se rumo ao leste), guarda joias da arquitetura barroca e rococó.

Emoldurada pelos belos cenários coloniais, a antiga Cidade de Nossa Senhora das Neves é presente, mas sobretudo herança do que passou. O grande acervo histórico-cultural do Centro Histórico tombado ocupa uma área de 370 mil metros quadrados e cobre 502 edificações, sendo 11 igrejas tombadas.

Para atualizar a pesquisa histórica sobre o período colonial paraibano, o professor Mozart Vergetti de Menezes, do Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba, destaca os seculares templos, hoje cartões-postais, que guardam o legado da irmandade de misericórdia, do clero secular e das quatro ordens religiosas que aqui se instalaram: carmelita, franciscana, jesuíta e beneditina.

Os templos

Igreja Matriz de Nossa Senhora das Neves

Erguida em homenagem à padroeira, depois de seladas as pazes com os tabajaras, em 5 de agosto de 1585, esta igreja data do nascedouro da urbanização da cidade. Originalmente feita de taipa, passou por várias transformações ao longo do tempo. Hoje, a Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves não retém marcas do seu passado colonial.

Igreja da Misericórdia

Construída originalmente em pedra lavrada, e já em uso em 1595, o templo de Nossa Senhora da Misericórdia ainda conserva rara arquitetura original do período revisional renascentista, o Maneirismo. Construída pelo olindense Duarte Gomes da Silveira, um rico senhor de engenho, conquistador e colonizador da Paraíba, o templo abriga uma nave ampla com duas capelas laterais. Numa delas, a da esquerda, encontra-se a cripta de Gomes da Silveira e sua esposa, Fulgência Tavares.

Igreja São Francisco e Convento de Santo Antônio

Erguidos em madeira rebocada, em 1589, pelos recém-chegados padres franciscanos, a Igreja e o Convento de Santo de Antônio passaram por algumas versões ao longo do tempo. A grandiosa obra arquitetônica que hoje se vê é fruto de uma longa e lenta construção realizada sob os escombros deixados pelos holandeses (1649), e só foi plenamente terminada em meados do século XIX.

O complexo, transformado em Centro Cultural, é considerado a mais bem acabada representação da escola franciscana de arquitetura do Nordeste. Contém a igreja (cuja nave traz uma importante pintura barroca, mostrando a cena da Glorificação dos Santos Franciscanos, atribuída a José Joaquim da Rocha, fundador da escola baiana de pintura), o Convento de Santo Antônio, as capelas da Ordem Terceira de São Francisco e de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros (chamada de Capela Dourada), o Claustro da Ordem Terceira, mais uma fonte e um grande adro com um cruzeiro, constituindo um dos mais notáveis testemunhos do estilo barroco quinhentista do Brasil. Pela sua importância, foi tombado em 1952.

Igreja do Carmo

Localizado na Praça Dom Adauto, na Avenida Visconde de Pelotas, o Convento de Nossa Senhora do Carmo também abriga a Arquidiocese da Paraíba. A sua construção, toda em estilo barroco-rococó, começou entre os anos de 1605 e 1609, com a chegada dos carmelitas.

A sua torre, fachada, talhas e relevos foram esculpidos em pedra, enquanto que o destaque da nave evidencia os motivos florais desenhados em pedra calcária. Inicialmente, a obra estava destinada a servir de moradia dos carmelitas, que vieram com o propósito de evangelizar os nativos. Muitos detalhes históricos sobre o conjunto se perderam com a invasão holandesa e a perseguição aos carmelitas. Em 1906, Dom Adauto, primeiro bispo da Paraíba, transformou o convento no prédio hoje conhecido como Palácio do Bispo.

Mosteiro de São Bento

Após criarem abadias em Salvador (1581), Rio de Janeiro (1586) e Olinda (1590), os beneditinos só se fixaram na Filipéia de Nossa Senhora das Neves por volta de 1604. A partir daí, deram início às obras do Mosteiro de São Bento que, inicialmente feito em madeira rebocada, fora concluído provavelmente em 1618.

O conjunto tem estilo sóbrio, harmonioso e imponente. O mosteiro foi desativado em 1921 e seu prédio tem sido locado para o funcionamento de instituições educativas. O conjunto beneditino é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e fica na Rua General Osório, perto da Basílica.

Memória da Igreja de São Gonçalo

Os jesuítas foram os primeiros missionários a chegar à Capitania da Paraíba. Em 1585, levantaram uma capela onde hoje é a Ilha do Bispo e ergueram uma cruz para aldear e catequizar os tabajaras. No fim de 1591, iniciaram a construção da Igrejinha de São Gonçalo, situada nas imediações da hoje Praça João Pessoa.

No entanto, conflitos de interesses entre os administradores reinóis, os produtores locais e os jesuítas, principalmente sobre a quem caberia o controle dos índios, resultou na expulsão dos missionários em 1593. Eles só regressariam em 1683.

Desta vez, os jesuítas se voltaram para a fundação de uma residência efetiva na Paraíba, basicamente no mesmo sítio onde outrora fora levantada a acanhada Igreja de São Gonçalo. Ali, ao longo de aproximadamente 70 anos, dada a limitação de recursos, puderam concluir a Igreja e o Colégio de São Gonçalo, em 1757, onde ensinavam latim, filosofia e letras.

Mas a existência do espaço teve vida curta: já em 1760, a congregação foi novamente expulsa, agora não só da Paraíba, mas de todo o império português, em função da política de perseguição empreendida pelo Marquês de Pombal, ministro do Rei D. José I.

A Igreja de São Gonçalo, que depois foi transformada na Igreja da Conceição dos Militares da Confraria do Senhor dos Martírios, acabou sendo demolida em 1929, durante o governo de João Pessoa, para dar lugar ao jardim lateral do Palácio do Governo (Palácio da Redenção). Hoje a área abriga a cripta onde jazem os restos mortais do antigo governador cujo nome batizou a Capital por último.

Com Correio

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Redação DiárioPB

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