Conexão com o leitor: Internautas repudiam matéria do diretor da AETC-JP em portal da Paraíba

Na primeira semana de dezembro, Mário Tourinho, diretor do AETC (Associação dos Empresários dos Transportes Coletivos de JP), escreveu em sua coluna no portal MaisPB uma matéria que, sem dúvida alguma, passa de ridícula: é mentirosa. O próprio tenta esclarecer o porquê das atrocidades acometidas por ele em nome das empresas que formam um oligopólio na região metropolitana de João Pessoa.

As ações destes agentes contra os trabalhadores na busca de aumentar seus lucros vem colocando as/os usuárias/os em risco. A demissão dos cobradores, a sobrecarga de trabalho para os motoristas e os aumentos abusivos no valor das passagens demonstram que a maior preocupação deles não é a prestação do serviço de forma adequada e sim engordar suas contas já recheadas de dinheiro desse esquema que dura ha anos e até ajuda a financiar eleições para prefeito e vereador.

Na matéria, ele tenta “esclarecer” que o recebimento/troco das passagens só ocorre com o ônibus parado: “E alegam que essa crítica tem a ver com o aspecto da segurança na condução do ônibus, como se o motorista fizesse cobrança da passagem com o veículo em movimento. Não! Isso não ocorre! Motorista nenhum recebe o valor da passagem ou ‘passa troco’ com o ônibus em movimento.”

Além disso, esse serviçal dos interesses dos empresários tenta justificar as demissões de cobradores afirmando que é bom para os passageiros. Ele fala que os custos da empresa diminuem e isso repercute no valor da tarifa. A população de João Pessoa sabe a verdade: os motoristas, explorados e no estresse de sua correria cotidiana, passam o troco e recebem passagens ao mesmo tempo em que conduz o veículo. Não é culpa dos motoristas, pois a realidade deles é bem difícil.

A rotina de trabalho que chega a somar até 16 horas diárias com pausa muito curta e falta de estrutura nos terminais. Não é difícil encontrar funcionários altamente estressados e portando doenças laborais. Sabemos: a demissão de cobradores serviu para aumentar os lucros dos empresários, mesmo que para isso se coloque a segurança dos motoristas e passageiros em jogo por da causa do cumprimento de dupla-função por parte dos motoristas.

Para melhorar a qualidade do transporte público, a saída não é demitir os trabalhadores e colocar a segurança dos passageiros em risco. É preciso diminuir o valor das passagens, construir um conselho popular de mobilidade urbana e junto a sociedade construir uma alternativa ao modelo que está posto.

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Jonata Silva e Jonheiny Jeronimo – Estudantes