TOCA DO LEÃO

Baú do isolamento (5) Prosa poética

Quem vai pagar o pato e quem vai purgar a peita? Quem vai peitar o puto e acordar no ponto? Quem vai sacar o saldo bancário do sacripanta salafrário? Quem vai acordar os insones e os insanos? Quem vai patrocinar as Olimpíadas do Capitão atleta falastrão? Quem vai dominar a imprensa dominante?

Onde se esconde meu futuro que passou? Onde entro em cena se tudo vale a pena se a arma não é pequena? Onde vamos assar nosso galeto longe do aquecimento global? Onde está o cano para onde vamos? Onde está Queiroz? Onde posso achar graça no meio da desgraça? Onde está o resultado do exame do Diabo? Onde injetaram anestesia nesse povo varonil?

O que fazer com os louvadores da ignorância? O que fazer se me colocaram na lata de lixo? O que digo das formas não normativas do rádio lixo? O que é isso companheiro? O que dizer aos anormais urbanos e rurais? O que se passa por trás da vidraça do homem de caráter sem jaça? O que comer além de bolacha sintética e agentes infecciosos internacionais? O que fazer para testar o testa de ferro com testosterona?

Como desmontar a bomba do poder sem lastro? Como não repetecar a crise de 74 sem juros altos e moral baixa? Como obrigar o Presidente a presidir? Como faço para rasgar o protocolo e mijar no protozoário? Como entrar na mente do microrganismo e converte-lo para a Igreja Brasileira Universal? Como comes? Como como? Como como como.

Cadê o homem só e solitário em sua escravidão disfarçada? Cadê a lanterna de Diógenes que se apagou ao vento leste? Cadê a lágrima de felicidade de mãe? Cadê Tereza? Cadê Nero de Roma que não vem tacar fogo em Bolsonaro? Cadê os olhos compreensivos da morte puxando pela gola os vis mortais? Cadê o circo dos horrores das quebradas coronaviradas? Cadê o pop star que jamais esteve? Cadê a opulência do mundo espetacular que desengrenou? Cadê o palco colorido encobrindo a desordem do mundo real? Cadê o banqueiro espertalhão que se fodeu no corona? Cadê os milhares de seres humanos na barca do purgatório clamando por álcool gel? Cadê a barca do Paraíso com o papa Chico remando com um remo só?

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Fábio Mozart

Fábio Mozart transita por várias artes. No jornalismo, fundou em 1970 o “Jornal Alvorada” em Itabaiana, com o slogan: “Aqui vendem-se espaço, não ideias”. Depois de prisões e processos por contestar o status quo vigente no regime de exceção, ainda fundou os jornais “Folha de Sapé”, “O Monitor Maçônico” e “Tribuna do Vale”, este último que circulou em 12 cidades do Vale do Paraíba. Autor teatral, militante do movimento de rádios livres e comunitária, poeta e cronista. Atualmente assina coluna no jornal “A União” e ancora de programa semanal na Rádio Tabajara da Paraíba.

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