Barriga de aluguel de gêmeos descobre que um dos bebês é realmente seu
A americana Jessica Allen teve uma superfetação, quando há a fecundação de um segundo óvulo mesmo após a confirmação da gravidez
Um raro incidente fez com que a americana Jessica Allen, de 31 anos, tivesse um filho sem saber que era seu. Ao fazer barriga de aluguel, ela teve um embrião de um casal de chineses implantado. Depois descobriu que seriam gêmeos. Tudo corria normalmente: os bebês seriam gêmeos idênticos, filhos dos contratantes.
Como os chineses pagaram pela gestação, Allen acreditava que não eram seus os dois bebês. Mas, na verdade, apenas o primeiro filho era do casal pagante. O segundo foi consequência de uma superfetação, quando um segundo óvulo é fecundado mesmo após a mãe já estar grávida.
“Fiquei de coração partido por descobrir que carregava um bebê sem saber que era meu, que ele foi tirado de mim sem o meu conhecimento e estava nos braços de outras pessoas que ele não pertencia”, disse Allen em entrevista ao “The Independent”.
Em sua entrevista ao “New York Post”, a americana conta que fechou um acordo de US$ 35 mil (quase R$ 110 mil) para ser barriga de aluguel do casal chinês. No contrato, segundo ela, estava previsto um encontro de uma hora com os recém-nascidos antes de serem levados da maternidade. Allen disse que os pais levaram os bebês sem cumprir essa determinação, mas que conseguiu ver uma foto depois, enviada pelos próprios chineses desconfiados.
A história foi amplamente noticiada pela imprensa americana, em jornais como “The Washington Post” em emissoras de TV como a ABC. O casal de gêmeos não era idêntico e, muito menos, tinha o DNA parecido. Um dos bebês era asiático e o outro parecia muito com Allen e o marido, Wardel Jasper, um homem negro de 34 anos. Com o passar do tempo a semelhança foi ficando cada vez maior.
Foi então que Allen fez um teste de DNA e descobriu que um dos gêmeos era seu. Ela entrou em batalha judicial com a empresa que gerenciou os trâmites da gestação. Os pais que pagaram pela gravidez queriam um reembolso entre US$ 18 mil e US$ 22 mil. Chegaram a devolver o bebê para a agência, que cogitou colocar o filho do casal americano para a adoção.
Segundo a entrevista ao “New York Post”, Allen entrou em contato com a empresa e disse “Queremos o nosso filho”. Ela relatou toda a situação angustiante vivenciada por ela e o marido.
“Era como se Max (nome da criança) fosse uma mercadoria e nós teríamos que pagar por uma pessoa de nossa própria carne e sangue. Um funcionário da empresa disse que devíamos pagar mais US$ 7 mil por despesas com burocracia para cuidar do nosso filho”.
A família contratou um advogado e, após uma negociação com a agência, a taxa foi cancelada. O nome do menino foi mudado para Malachi.
“Já passaram nove meses desde que conseguimos Malachi e ele está muito bem. Ele é lindo. É saudável e tem uma personalidade hilária. Ele ama seus irmãos mais velhos e está aprendendo a caminhar e falar”, contou a mãe.
Com Fronteira Online
Foto: Acervo / Facebook