Banda Flor de Pedra apresenta ‘caleidoscópio elétrico’ no Som Nascente

Flor de PedraMisturando referências musicais com letras e melodias que saem direto da alma em uma espécie de “caleidoscópio elétrico”, a banda pessoense Flor de Pedra mostra que a música nordestina está em constante mutação. Fundada em 2016 pelo vocalista Pedro Índio Negro, o grupo abre a segunda temporada do programa Som Nascente. 

Segundo os artistas que fazem parte da banda, a Flor de Pedra não tem um estilo definido. O grupo tem bases musicais que passeiam pelo soul, forró de raiz, maracatu, rock, samba e ritmos africanos.

O grupo surgiu há cerca de um ano, com a proposta de juntar amigos para gravar em estúdio as canções escritas pelo vocalista, que é filho de dois ícones da música paraibana: Pedro Osmar – da banda Jaguaribe Carne – e Gláucia Lima.

“A gente tinha estas letras e melodias e não sabia o que fazer com elas. Nos juntamos e fomos para o estúdio gravar nosso EP. Não sabíamos o que ia acontecer, não havia show marcado, nem nada. A partir da gravação foi que veio o estímulo para fazer o primeiro show, o que foi legal, pois quando estreamos nos palcos, já haviam músicas lançadas de gravações de ensaios e o pessoal já sabia cantar”, explica Pedro.

O disco está em fase de conclusão e previsto para ser lançado ainda em 2017, mas segundo o baterista Lucas Benjamim, as execuções ao vivo são diferentes da do EP. “O disco registrou aquele momento da banda pré-shows, uma coisa mais intimista, mais experimental. No palco, a gente evoluiu este trabalho e faz diferente”, explica.

Segundo Pedro Índio Negro, os dois principais temas das letras da Flor de Pedra são o amor e a natureza. “Eu gosto de escrever como eu acredito que seja o amor de verdade, sem sentimento de posse, mais sobre a descoberta do outro. Com relação a natureza, as letras tratam de problemas que enfrentamos ao morar na cidade, e que com isso acabamos perdendo essa ligação com a natureza”, comenta.

Apesar de ter composições definidas, o grupo também gosta de experimentar e criar a partir de influências. Uma das canções da banda surgiu a partir de uma parceria com a mãe do vocalista. “A gente tocou com Gláucia Lima uma música que era um zouk (ritmo africano). Achamos massa e resolvemos fazer algo próprio. Pedro mostrou pra mim uma coisa no violão, fizemos uma versão instrumental e depois chegou uma letra”, explica o baterista.

Também há composições em que a letra parece não ter algum sentido, como é o caso de Aroeira. “A gente queria fazer uma música meio soul, meio Djavan. Na cabeça dele as letras confusas fazem sentido e queríamos reproduzir isso. Daí começamos a fazer umas coisas doidas e uma enxurrada de informações que pensamos e surgiu a música. É engraçado porque cada um interpreta e canta de um jeito diferente. Até o baixista veio perguntar pra mim, depois de muito tempo de composição, como era a versão correta, afinal”, brinca Pedro Índio.

G1/PB

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