Atuação da PM em Brasília sob investigação
Policiais do Distrito Federal usaram armas letais em manifestação. Um homem foi baleado
O secretário de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP-DF), Edval de Oliveira Novaes Júnior, informou nesta quinta que os policiais que atiraram para o chão, diante de um fotógrafo, para o alto e até em direção a manifestantes durante o protesto de quarta-feira na Esplanada dos Ministérios já foram identificados e que o inquérito policial já foi aberto.
O Corpo de Bombeiros registrou 49 feridos. O caso mais grave é o de um homem que foi atingido por um tiro no maxilar e respira com ajuda de aparelhos. A Secretaria investiga se o tiro partiu de armas dos PMs.Ele está internado no Centro de Trauma do Hospital de Base, sob cuidados intensivos e sedado. No total, quatro pessoas permaneciam internadas no Hospital de Base.
“A regra é a utilização de armamento não letal e de uso progressivo da força. Isso foi uma exceção, não estava previsto (o uso de arma letal), e estamos apurando rigorosamente”, disse o secretário. Ele acrescentou que esses policiais, que já foram ouvidos e depois liberados, serão responsabilizados.
Segundo Novaes, quase 3 mil policiais militares trabalharam ontem nas manifestações, o que equivale a aproximadamente 25% do efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
“Se as manifestações acontecessem de forma pacífica, seria mais que suficiente. Agora, sem dúvida, a quantidade de pessoas que vieram para causar problemas, para chegar aos pontos onde não poderiam e causar danos ao patrimônio, foi superior ao que vinha se observando”, disse o secretário.
Os tumultos começaram quando manifestantes tentaram se aproximar do Congresso e policiais reagiram atirando bombas de gás lacrimogêneo.
A partir desse momento, por volta de 13h, parte dos manifestantes passou a enfrentar a Polícia Militar.
Pouco depois, um grupo de cerca de 50 homens encapuzados passou a depredar prédios, chegando a incendiar o primeiro andar do Ministério da Agricultura. Nove prédios de ministérios foram danificados, o que levou o preswidente Michel Temer a pedir auxílio das Forças Armadas.
O DIA