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Astrônomo da Estação Cabo Branco participa de descoberta inédita sobre chuvas de meteoros

Epsilon Gruids (EGR) e August Caelids (ACD)O astrônomo da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, Marcos Jerônimo, participou de uma descoberta inédita para a Ciência no Brasil. Trata-se de uma descoberta das recém batizadas de Epsilon Gruids (EGR) e August Caelids (ACD), localizadas nas constelações de Grou e do Cinzel, respectivamente.

A descoberta só foi possível graças a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) que desde 2014 vem monitorando o céu de todo País, registrando os meteoros que surgem. A rede conta com 82 estações de monitoramento, distribuídas em 19 Estados do Brasil.

O professor de Astronomia Básica da Estação Cabo Branco, Marcos Jerônimo, comentou que a descoberta dos novos radiantes de meteoros veio fortalecer a Ciência Astronômica no fato da inclusão de duas órbitas ou pontos de possíveis chuvas de meteoros para o Hemisfério Sul. “Para a humanidade, uma vez estabelecida essas órbitas, de origens asteroidais ou cometárias, ficam certas as possibilidades de desvios das naves que futuramente se encaminharão para o espaço, no sentido de desviar dessas órbitas evitando colisão com as partículas existentes nessas trajetórias”, comentou Marcos.

Em João Pessoa a Bramon está observa meteoros desde 2015 e conta atualmente com seis postos de observação (Bairro dos Estados, Expedicionários, Torre, Tambauzinho, Brisamar, Bancário e Altiplano) instaladas em casas, apartamentos e escritórios.

Marcelo Zurita, membro da Associação Paraibana de Astronomia (APC), comentou também que a confirmação dessa descoberta foi algo muito emocionante para ele Marcos Jerônimo também. “Foi à concretização de um sonho que passamos a sonhar juntos desde o meteoro de Chelyabinsk na Rússia em 2013. Na época, Marcos e eu começamos a estudar a possibilidade de criar uma rede de monitoramento de meteoros na Paraíba. Em outubro de 2014, após a explosão de um grande meteoro sobre Recife, tivemos contato com Carlos di Pietro, um dos fundadores da Bramon”, comentou Zurita, que é o atual diretor técnico da organização.

Marcelo Zurita explicou também os esforços para aquisição dos equipamentos e ingresso à Rede Brasileira de Observação de Meteoros teve início em 2015. “Eu em janeiro e Marcos Jerônimo em maio passamos a contribuir com a rede. Mas, não imaginávamos naquela época que poderíamos contribuir tanto. Não há como não se emocionar quando vejo hoje a grandiosidade desse feito. Porque me lembro do nosso início na rede, do nosso esforço para montar e ajustar a câmera, em aprender a analisar cada meteoro, transformando aquelas imagens em números. Vejo que era aí que estava o princípio dessa descoberta. No trabalho mínimo e precioso de registrar e analisar cada meteoro. A união desse trabalho de todos os operadores da rede é que possibilitou a descoberta”, analisou Marcelo Zurita.

As chuvas de meteoros – O planeta Terra, em seu giro anual ao redor do Sol encontra, algumas vezes, pequenas partículas no espaço. E toda vez que estas partículas entram na atmosfera e queimam, formam os rastros luminosos dos meteoros. Todos nós já vimos as chamadas “estrelas cadentes” e, ao longo do ano, algumas datas são especialmente favoráveis aos seus avistamentos. São as noites onde ocorrem as chuvas de meteoros.

A União Astronômica Internacional mantém o catálogo atualizado de todas estas “chuvas”, com as datas e as posições no céu em que são visíveis. A lista possui quase 800 grupos de meteoros.

Um dos grandes interesses da Bramon é registrar um mesmo meteoro sob vários pontos de vista. Isto é, ter vídeos de um mesmo meteoro gravados em cidades diferentes. Isto possibilita determinar a órbita que o referido meteoro possuía antes de encontrar a Terra pelo caminho.

Assim, em três anos de operação, foram determinadas 4.205 órbitas. A maioria de meteoros participantes de “chuvas” já catalogadas. Outros, num primeiro olhar, pareciam apenas vir de pontos aleatórios do céu.

As novas chuvas – As chuvas descobertas tem um baixo índice de meteoros por hora. Isso é normal, uma vez que todas as grandes chuvas de meteoros já foram mapeadas há mais tempo. Para a validação da descoberta, foram utilizados ao todo, 17 meteoros registrados no Brasil e dois meteoros registrados nas Ilhas Canárias. Esses últimos foram disponibilizados gentilmente pela EDMONd.

A Epsilon Gruids foi a primeira das chuvas recém-descobertas ocorre no mês de junho, tendo sua máxima no dia 11. Seus meteoros parecem irradiar da constelação do Grou, próximo à estrela Epsilon Gru, que dá nome a essa chuva. Ela foi validada com 7 meteoros brasileiros e 2 da rede europeia.

Já a August Caelids ocorre na Constelação do cinzel. Seu radiante está entre as estrelas Alfa e Beta daquela constelação e sua máxima se dá no dia 5 de agosto (mesma data de aniversário da cidade de João Pessoa). Seu nome é uma composição do mês em que ela ocorre e do nome da constelação em latim.

Secom/JP

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Redação DiárioPB

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