Amigos o tratam como um leproso, com medo de se prejudicar”, disse defesa de Cid em oitiva
Equipe do tenente-coronel afirma que, desde o início das investigações, ele "perdeu tudo"
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid apontou, durante a oitiva desta sexta-feira (22) no Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) “perdeu tudo” enquanto outros investigados não foram afetados da mesma maneira.
O depoimento de hoje foi marcado após a revista Veja ter vazado áudios de Cid em que ele insinuava ter sido coagido pela Polícia Federal (PF) a firmar acordo de colaboração premiada. Ao juiz instrutor do caso, ele assumiu a autoria dos áudios, mas negou que tenha sido pressionado pela polícia ou pelo judiciário a fazer o acordo.
O militar, então, foi questionado sobre alguns trechos do áudio vazado. Um desses trechos se referia a Cid lamentando por “todos os outros investigados terem se dado bem”. Em relação a isso, sua defesa explicou: “estava falando do presidente Bolsonaro que ganhou pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva. E no caso próprio perdeu tudo. A carreira está desabando”.
“Os amigos o tratam como um leproso, com medo de se prejudicar. Não é político, não é militar, quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, concluíram os advogados do tenente-coronel.