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Alunos continuam em greve de fome na UFPB e emitem carta aberta

Foto:  Divulgação
Foto: Divulgação

Alunos da UFPB acorrentados sob greve de fome, emitem nota repudiando o descaso com os alunos por parte da gestão da Universidade, alegando que muitas promessas de campanha da atual reitora não foram cumpridas, além da pouca oferta de vagas tanto nas residências universitárias como no restaurante universitário.

Segundo os alunos, apenas 18 vagas foram oferecidas para a residência e 600 para o restaurante, insuficiente para a demanda. Ainda relembram que nesses últimos anos, uma nova parcela da sociedade vem acessando o ensino superior e que as bolsas de fomento a pesquisa, as universidades estão cheias de bolsistas que pertencem a classes que historicamente foram privadas de chegar a universidade e essa “galera” está produzindo estudos para melhoria da sociedade.

Os três alunos continuam com o protesto no hall da reitoria até que uma reunião seja feita com a reitora Margareth Diniz e que mais vagas sejam ofertadas para as residências e refeitório universitário. “Há muito não se tem contato com a gestão atual e queremos de transformar a realidade e assim deixaremos o legado das gerações que ajudaram a mudar o Brasil”, declarou Joheiny Jeronimo Alves, um dos alunos que estão em greve de fome e acorrentado.

Segue carta na íntegra:

A UFPB e universidade que não gosta de suas/seus alunas/os

JohwanyNa manhã do dia 23 de fevereiro de 2016 foi iniciada uma greve de fome em frente ao prédio da reitoria da UFPB. La se encontravam 3 estudantes acorrentados aos corrimãos da passarela de acesso a edificação mais importante da maior instituição de ensino superior do estado da Paraíba, carregados de muita indignação com a falta de apoio da universidade em ajudar seus alunos e alunas a permanecerem estudando nessa universidade, as bolsas destinadas a moradia e alimentação não chegam a responder as necessidades de todas as pessoas que se inscrevem para a seleção de concorrência da mesma, as pessoas que optam por morar na residência universitária encontram um cenário de poucas vagas(na ultima seleção só foram ofertadas 18 vagas) e que são disputadas de forma injusta, o Restaurante universitário é limitado a um numero de pouco mais de 600 estudantes por refeição.

Observando que a reitora Margareth Diniz não cumpre com suas promessas de campanha ou aos acordos tirados em reuniões de reinvindicação, iniciou-se uma nova fase nas lutas por assistência estudantil, utilizando de novas praticas de reinvindicação e contando com apoio de estudantes de diversas áreas de formação, os três alunos do CCHL começaram a mudar a rotina da universidade onde estudam, das primeiras horas do dia quando começaram as mensagens de apoio até o momento da primeira reunião de avaliação um sentimento era certo:

Estamos no caminho certo! A juventude tem um papel muito importante na luta de classes, ela por muitas vezes é quem puxa os processos, ela sempre é a primeira a responder as demandas mais difíceis, seja pela disponibilidade de tempo ou pelo espírito rebelde comum a toda juventude, o sinal é claro:

A sociedade brasileira não está se comportando do mesmo jeito. A disposição em iniciar atos reivindicatórios sejam eles: Greves Trabalhistas, Scrachos a figuras que representam o avanço conservador, as rodadas de pichações nas grandes cidades do país ou até mesmo como o exemplo dos estudantes da UFPB que iniciaram uma greve de fome só mostram o quanto a sociedade está ficando agitada politicamente, os fatores para esse evento podem ser os mais diversos e isso certamente está ligado ao maior numero de alunos e alunas que chegaram ao ensino superior nos últimos anos, as universidades estão cheias de bolsistas que pertencem a classes que historicamente foram privadas de chegar a universidade e essa “galera” está produzindo muita coisa…

Produzindo uma nova forma de lhe dar com os problemas apresentados pela vida comum, um estilo mais coletivo de organizar as lutas e de ensinar a sociedade como se movimentar.

Sendo realista posso afirmar que o futuro será muito difícil, as elites iram tentar roubar muito mais nossos direitos, que já são poucos e a UFPB é um pedacinho do que é a sociedade, as lutas de disputa por respeito e garantia de direitos que ocorre dentro de certos espaços pontuais chegaram sim ao ideário do povo brasileiro, quem está acostumado a ganhar não vai querer perder.

Não vamos ser derrotistas nem idealistas demais, vamos acreditar na força do povo em movimento, vamos confiar em nossa capacidade de transformar a realidade e assim deixaremos o legado das gerações que ajudaram a mudar o Brasil.

E os estudantes da UFPB estão nos provando isso. Que lutar é preciso e principalmente por aqueles e aquelas que só têm a ganhar com as lutas.

Joheiny Jeronimo Alves

Redação por Renato Galloti e Sérgio Ricardo

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