Acadêmicos do Tatuapé é a campeã do carnaval 2017 de SP
A Acadêmicos do Tatuapé é a escola campeã do carnaval 2017 de São Paulo. Depois do vice em 2016, a escola da Zona Leste levou seu primeiro título com uma homenagem à Mãe África. O campeonato veio no critério de desempate: a escola ficou com a mesma pontuação da Dragões da Real (269,7 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito samba-enredo.
O presidente da agremiação, Eduardo Santos, agradeceu os integrantes pelo empenho na conquista do primeiro título. “Nós viemos aqui e mostramos para esse povo o que é a festa africana. O continente que mais sofre no mundo, mas que sabe fazer festa”, disse.
“Agora nós somos campeões do carnaval. Ninguém pode escrever a história do carnaval de São Paulo sem passar por 2017 e sem citar o nosso nome”, afirmou o presidente da Tatuapé. O presidente minimizou a polêmica da troca dos jurados e avaliou que as notas foram coerentes com os nomes das escolas apontadas como destaques.
Exaltação ao povo africano
A Tatuapé foi a quarta escola a desfilar na primeira noite de carnaval. Comandada pelo carnavalesco Flávio Campello, a Tatuapé fez uma exaltação do povo africano, de sua cultura e dos seus deuses com o enredo: “Mãe-África conta a sua história: Do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da terra do ouro”.
Na madrugada do sábado (25), contou com 3,2 mil componentes, cinco alegorias e completou seu desfile com 61 minutos — a 4 minutos do limite. Suas fantasias representavam os diferentes grandes reinos da história do continente e seus países atuais, além das religiões africanas, como o cadomblé, o cristianismo e o islamismo.
Aos 72 anos de idade, Leci Brandão foi responsável por abrir o desfile, sambando e cantando à frente da comissão de frente, composta por 14 guerreiros protetores da árvore do Baobá, símbolo da força e da resistência do povo africano.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego e Jussara desfilaram pelo sexto ano na escola, e conquistaram uma nota 10 e outras três 9,9.
O carro abre-alas simbolizava “A Matriz da Vida” e apresentava a África como berço da humanidade. Nas alas seguintes, a escola apresentou componentes que representavam reinos africanos: Egito, Mali, Songhai, Iorubá, Benin e Marrocos. O segundo carro da escola representava “África de todos os reinos”, destacando as preciosidades encontradas nesses diferentes povos.
Na sequência a escola trouxe alas que representavam as religiões: candomblé, cristianismo, islamismo, hinduísmo e judaísmo. O terceiro carro, uma espécie de templo do ecumenismo, foi batizado de “África de todos os deuses”.
O desfile seguiu com uma ala dedicada para cada uma das formas de expressão: pintura, escultura, poesia e literatura, musicalidade e carnaval. Estas alas foram acompanhadas do quarto carro, “Da África: samba, congada e maracatu”, uma síntese das manifestações culturais que unem o Brasil à África.
Encerrando o desfile, uma homenagem ao Zimbabwe, com cinco — de suas 21 — alas e um carro alegórico dedicado à história do país, desde o Império Monomotapa, passando por sua colonização até o país que é hoje. O final ainda teve direito a paradão da bateria com a escola cantando sem os instrumentos.
Trajetória da escola
A Acadêmicos do Tatuapé retornou ao Grupo Especial em 2013 e foi a vice-campeã no ano passado. A agremiação foi fundada em 1952 e está sediada na Rua Melo Peixoto, no bairro de mesmo nome. O título chega após 5 anos seguidos desfilando no Grupo Especial. Em seu retorno à elite do carnaval de São Paulo em 2013, a Tatuapé ficou apenas na 11ª colocação. Em 2014, ficou em 6º lugar. Em 2015, terminou na 12ª colocação.
G1