POLÍTICA

“A mim cabia defender, aqui e agora, as instituições”, diz Dilma Rousseff

Ex-presidente explica por que respaldou instituições que a golpearam e afirma que Jair Bolsonaro é “tchutchuca do capital financeiro”

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que prestigiou a posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral para prestigiar as instituições republicanas, mesmo tendo sido vítima do golpe parlamentar de 2016. “A posse de Moraes simbolizou uma defesa clara das instituições e do sistema eleitoral. Estávamos ali dando respaldo ao sistema eleitoral. A apuração no Brasil é feita em tempo real e de modo transparente. O voto manual permitia adulteração e fraude”, disse ela. “Eu sofri um golpe parlamentar, midiático e institucional. Mas dei respaldo às instituições, porque não quero a repetição de um golpe ao estilo Trump no Brasil. Até porque no Sul Global as instituições são mais frágeis. A mim cabia defender, aqui e agora, as instituições. Mesmo que estivesse diante de golpistas”, acrescentou.

Na entrevista, a ex-presidente afirmou que o PSDB, principal agente do golpe de 2016, praticou haraquiri e deu espaço ao neofascismo. “Os avanços dos setores populares sempre provocam grande stress nas elites. A incompatibilidade entre neoliberalismo e democracia precisa ser denunciada. Bolsonaro não é o sujeito desse processo, é a consequência”, disse ela. “O desafio atual é duplo. Precisamos reconstruir a economia e as instituições. Após o golpe, houve três mudanças dramáticas: teto de gastos, reforma trabalhista e política de preços da Petrobrás. O orçamento secreto institucionaliza a corrupção política.”

Dilma também explicou por que não aplaudiu Jair Bolsonaro. “Não posso respeitar uma pessoa que já desejou a minha morte e que celebrou minha tortura”, apontou. “Bolsonaro é também resultado do discurso de ódio promovido pela imprensa. O tiro saiu pela culatra do PSDB. E o PT resistiu.”

Com bom humor, Dilma ironizou o comportamento da imprensa brasileira diante das barbaridades do governo Bolsonaro. “Se eu tivesse feito a PEC Kamikaze, estariam falando em armas de destruição em massa”, afirma. Na mesma linha, ela afirmou que Jair Bolsonaro é, na realidade, “tchutchuca do capital financeiro”. Isso porque seu neofascismo representa a entrega de todas as riquezas nacionais. “O tchutchuca do centrão sintetiza a indignação contra um governo que ataca todos os interesses nacionais. Mas ele é tchutchuca do capital financeiro internacional porque está entregando tudo e precisamos deter este processo elegendo Lula em 2 de outubro”, finalizou.

Brasil 247

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Redação DiárioPB

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