PF prende suspeito de integrar esquema de recrutamento de brasileiros para o Hezbollah
Homem foi detido em um quiosque na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio
Segundo as primeiras informações divulgadas pela PF, os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. Os investigadores afirmaram, ainda, que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas e relataram o recrutamento de pessoas para atuar com grupos terroristas que atuam no Oriente Médio. O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel.
A PF cumpriu ainda 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. Um dos homens foi detido ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, vindo do Líbano e o outro capturado perto de um hotel onde estava hospedado, no centro da capital paulista. Segundo a Polícia Federal, os suspeitos seriam financiados pelo grupo terrorista para recrutar brasileiros para as ações.
A operação Trapiche foi deflagrada com objetivo de interromper os preparativos para os ataques e impedir o trabalho de cooptação de pessoas para a execução dos atentados. Os presos podem ser enquadrados na Lei do Terrorismo pelos crimes de construir ou integrar organização terrorista e preparar atentados. Se condenados, as penas somadas chegam a 15 anos e seis meses. Esses delitos são considerados hediondos e inafiançáveis. Para eles, não há possibilidade de anistia ou indulto.
O que é o Hezbollah
O Hezbollah surgiu em 1982, durante a guerra civil do Líbano. O grupo islâmico xiita foi criado para defender os muçulmanos dos ataques das milícias cristãs, que contavam com o apoio de Israel. Seus fundadores foram clérigos muçulmanos que buscavam a expulsão das tropas israelenses do território libanês.
O Hezbollah prega o fim do Estado de Israel e conta com o apoio do Irã. Atualmente, seu poderio militar supera o do próprio exército do Líbano. Após os ataques do Hamas de 7 de outubro, o Hezbollah ameaçou iniciar uma guerra contra os judeus em território israelense. Apontado como autor ou financiador de vários atentados, o grupo é classificado pelos Estados Unidos e por vários países da Europa como “organização terrorista”.
No Brasil, já surgiram denúncias da atuação do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira, principalmente na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. O grupo teria empresas de fachada, usadas para o recrutamento de futuros militantes e a lavagem de dinheiro, que seria utilizado em ações terroristas.