Para cumprir cota de gênero, partidos registram candidatas suspeitas de atuarem como ‘laranjas’
Levantamento do UOL aponta que cerca de 50 candidaturas femininas possuem ao menos um indício de fraude
Partidos políticos registraram dezenas de candidaturas suspeitas de serem “laranjas” com o objetivo de lançar mulheres na disputa, sem chances reais e sem o apoio dos partidos, apenas para cumprirem a cota de gênero determinada pela legislação. Um levantamento feito pelo UOL, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apontou que que ao menos 50 candidaturas femininas possuem ao menos um indício desse tipo de fraude
Alguns dos indícios utilizados pela reportagem envolvem as candidatas que tiveram de 0 a 5 votos em eleições anteriores, que não apresentaram declarações de bens ao TSE, Não declararam gastos de campanha em pleitos anteriores e que não fazem propaganda eleitoral nas redes sociais mesmo após o começo da campanha.
Desde 2009, os partidos devem ter ao menos três mulheres para cada sete homens disputando as eleições em suas chapas proporcionais (deputados e vereadores. Em 2018, uma mudança na legislação também obrigou as legendas a destinar, no mínimo, 30% dos recursos do fundo eleitoral às candidatas.
Em 2019, a Operação Sufrágio Ostentação, da Polícia Federal, apontou que o PSL -extinto ex-partido de Jair Bolsonaro (PL) – fez uso de candidaturas laranjas para desviar recursos do fundo eleitoral em 2018, na chapa do ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio.