POLÍTICA

Pros irá convocar nova convenção nacional para cancelar chapa de Pablo Marçal e apoiar Lula e Alckmin

Ex-presidente petista vem reunindo apoio dos mais variados setores. Além de Marçal, Janones (Avante) também deverá deixar a disputa, se aliando a Lula

O presidente restituído do Pros, Eurípedes Júnior, anunciou nesta quarta-feira (3) que convocará nova convenção nacional do partido para referendar apoio formal à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa à Presidência da República, já no primeiro turno.

A nova reunião deve acontecer nesta sexta (5), último dia no calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para esse tipo de evento. Os filiados poderão escolher entre o apoio a Lula e a manutenção da chapa própria do partido, com o influenciador Pablo Marçal como candidato a presidente.

A indefinição é resultado de uma disputa interna no Pros pelo comando do partido.

Em março, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal afastou Eurípedes Júnior da presidência do Pros em razão de susposto desvio de recursos. O partido passou a ser comandado por Marcus Holanda, que apoia a candidatura de Pablo Marçal.

A chapa do Pros foi confirmada em uma convenção nacional na manhã do último domingo, ainda sob o comando de Holanda. Oito horas depois, no entanto, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Jorge Mussi devolveu a presidência da sigla a Eurípedes Júnior até que o Tribunal de Justiça do DF termine de julgar o caso.

Nesta quarta, três dias após retomar o controle do Pros, Eurípedes Júnior se reuniu em São Paulo com o candidato a vice-presidente da chapa encabeçada por Lula, Geraldo Alckmin (PSB), e com o coordenador do programa de governo da chapa, Aloizio Mercadante.

No encontro, Júnior declarou apoio à candidatura PT-PSB e se comprometeu a reverter a formalização da candidatura de Pablo Marçal. Segundo nota divulgada pela equipe de Mercadante, a comitiva restituída do Pros sugeriu a Alckmin e Mercadante a inclusão de um programa de auxílio a endividados nos planos de governo da chapa.

Desde a fundação do partido, em 2010, o Pros nunca lançou candidato próprio ao Planalto. A sigla sempre esteve ao lado do PT nas campanhas presidenciais.

Grupo destituído vai recorrer

Agora destituído, Marcus Holanda afirma que vai recorrer da decisão que garantiu o retorno de Eurípedes Júnior ao comando da legenda e que “não medirá esforços para fazer valer a sua escolha”.

“Essa decisão causa grave lesão ao processo eleitoral em curso, uma vez que o partido está em pleno período de convenção. Isso traz muitos danos, pois os atuais membros escolhidos estão em total sintonia com os objetivos do Diretório Nacional. […] Estão sendo estudadas todas as medidas para garantir a unidade partidária, o respeito às normas estatutárias e a sintonia com a lei”, diz em nota.

O g1 procurou a assessoria da campanha de Pablo Marçal, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O advogado eleitoral do candidato, Tassio Renam, afirmou que trabalha nos “remédios jurídicos necessários para resolução desse caso”.

 

 

Em busca de apoio

O anúncio da tentativa de retirada de candidatura de Marçal acontece um dia antes de uma reunião que pode marcar a desistência de outro candidato a presidente em favor de Lula.

O deputado federal André Janones (MG), candidato homologado pelo Avante à Presidência, admitiu na última semana a possibilidade de embarcar oficialmente na candidatura petista ao Planalto. Ele discutirá a retirada em reunião com Lula, em São Paulo.

A equipe liderada por Aloizio Mercadante já planeja um encontro com emissários do Avante para absorver propostas de Janones no programa de governo de Lula.

As tratativas com Janones e a busca por apoio do Pros fazem parte de uma ação da campanha de Lula para reduzir o número de candidatos a presidente no primeiro turno. Ao blog da jornalista Julia Duailibi, petistas avaliaram que as desistências podem elevar as chances de uma vitória no primeiro turno.

Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na última quinta-feira (28), Marçal e Janones aparecem, cada um, com 1% das intenções de voto.

g1

Redação DiárioPB

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