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Pastor lobista exibiu barra de ouro em hotel do DF, diz jornal

Gilmar Santos e Arilton Moura usavam hotel Grand Bittar, em Brasília, como um QG para negociação de recursos do Ministério da Educação.

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, da Assembleia de Deus, usam o hotel Grand Bittar, em Brasília, como uma espécie de QG para negociar a liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC), de acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Funcionários do hotel afirmam que os dois pastores frequentavam o local com frequência, assim como servidores do ministério, e citam encontros e negociações.

Dois dos empregados do Grand Bittar relataram à Folha de S.Paulo que, no ano passado, Arilton exibiu uma barra de ouro que estava em seu bolso no restaurante do hotel.

Em 18 de março, o jornal O Estado de São Paulo revelou a existência de um “gabinete paralelo” na Educação, um esquema no qual pastores atuavam para intermediar o envio de recursos para escolas públicas de todo o país.

Ao menos 10 prefeitos já denunciaram o esquema. Dos 10 citados, ao menos três confirmaram que, em algum momento, escutaram pedidos de propina em troca da liberação de verbas.

Na prática, os pastores faziam a ponte entre prefeitos e o ministro Milton Ribeiro e, em troca de recursos para a Educação dos municípios, pediam uma quantia de propina.

Em áudios divulgados na última segunda-feira (21/3), o ministro Milton Ribeiro confirma o direcionamento e afirma que faz isso a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, continua, em reunião com prefeitos.

Repercussões

Na última quinta-feira (24/3), a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra o ministro Milton Ribeiro, em razão do suposto envolvimento no esquema de facilitação de verbas. A investigação foi um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O inquérito busca apurar “se pessoas sem vínculo com o Ministério da Educação atuavam para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado à pasta”.

A ministra pede que sejam ouvidos por autoridades policiais, em até 15 dias, Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e os prefeitos Nilson Caffer, de Guarani D’Oeste (SP), Adelícia Moura, de lsraelândia (GO), Laerte Dourado, de Jaupaci (GO), Doutor Sato, de Jandira (SP), e Calvet Filho, de Rosário (MA).

Os suspeitos de envolvimento no esquema de favorecimento devem “esclarecer o cronograma de liberação das verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e os critérios adotados”.

Por Folha de São Paulo/Metropoles

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