JUSTIÇA

Dia Internacional das Mulheres: saiba a história da data e a importância de continuar a luta por igualdade de gênero

Em 8 de março é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e é comum ver flores, chocolates e declarações de amor nas redes sociais e presencialmente, porém, não se trata de uma data romântica, mas sim um dia de luta. Afinal, não é uma data apenas comemorativa, mas sim um dia de protesto.

A busca por direitos iguais avança a passos lentos e é uma conquista diária. Faz apenas 90 anos que as mulheres obtiveram o direito ao voto no Brasil, na Colômbia, apenas em 2022 a interrupção da gravidez foi aprovada. Por mais de um século, o dia 8 de março é lembrado ao redor do mundo como uma data especial para as mulheres.

Como começou

O Dia Internacional das Mulheres teve origem no movimento operário e se tornou um evento anual reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1908, 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York para exigir a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto. Em 1909 o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres, e, em 1910, Clara Zetkin, ativista comunista e defensora dos direitos das mulheres propôs tornar a data internacional, durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague.

A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. E seu centenário foi comemorado em 2011, porém o Dia Internacional das Mulheres só foi oficializado em 1975, quando foi reconhecido pela ONU.

Por um lado, a data celebra avanços das mulheres na sociedade, na política e na economia, e, por outro, greves e protestos são organizados para conscientizar em relação à desigualdade de gênero.

A data

Uma greve em meio à guerra de 1917, na qual mulheres russas exigiram “pão e paz” foi marco para a escolha do dia 8 de março. O czar foi forçado a abdicar dias após a greve, e o governo provisório concedeu às mulheres o direito ao voto. A greve começou em 23 de fevereiro, porém pelo calendário juliano, utilizado na Rússia à época, o dia corresponde a 8 de março no calendário gregoriano.

A data só foi formalizada após uma greve em meio à guerra em 1917, quando as mulheres russas exigiram “pão e paz” — e quatro dias após a greve o czar foi forçado a abdicar, e o governo provisório concedeu às mulheres o direito ao voto.

A cor Roxa utilizada para simbolizar a data significa “justiça e dignidade”. Juntamente com Verde e Branco, são as cores símbolo do Dia Internacional da Mulher. O verde representando a esperança e o branco, a pureza.

O Dia das Mulheres no Mundo

Em alguns locais, como a Rússia, o Dia Internacional das Mulheres é feriado. Na china, as mulheres recebem meio dia de folga. Na Itália elas recebem botões de mimosa. Nos Estados Unidos a tradição é acontecer um pronunciamento presidencial que homenageia as conquistas das mulheres americanas.

Tema de 2022

A ONU anunciou que em 2022 o tema da data é “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável” e faz alusão as mulheres ao redor do mundo que estão respondendo às mudanças climáticas. Mas há também outros temas. O site do Dia Internacional das Mulheres — que diz que foi criado para “fornecer uma plataforma para ajudar a gerar mudanças positivas para as mulheres” — escolheu o tema #BreakTheBias e está pedindo às pessoas que imaginem “um mundo livre de vieses, estereótipos e discriminação”.

Por que continuar lutando?

Os avanços nos direitos das mulheres são lentos, mas os retrocessos são rápidos. O ano de 2021 foi um desses marcos negativos, com o ressurgimento do Talebã que mudou a vida de milhões de mulheres afegãs – meninas foram banidas de escolas, o Ministério para Assuntos da Mulher no país foi dissolvidos e muitas mulheres foram instruídas a não voltar ao trabalho.

Com a pandemia, o tempo necessário para acabar com a disparidade global de gênero aumento em uma geração, de 99,5 para 135,6 anos, de acordo com avaliação da Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial.

Violência

A pandemia também escancarou os números de violência contra a mulher. Em 2021, um estudo da ONU Mulheres realizado em 13 países mostrou que quase 1 a cada 2 mulheres (45%) relatou que ela própria ou uma mulher que conhece sofreram alguma forma de violência durante este período. A violência abrange abusos que não são físicos, como o verbal e negação de recursos básicos.

Avanços

Por outro lado, alguns avanços foram notórios, principalmente em relação à liderança feminina. Nos Estados Unidos, Kamala Harris se tornou a primeira mulher, a primeira negra e a primeira asiática-americana vice-presidente em 2021. Na Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, foi empossada a primeira presidente mulher. Estônia, Suécia, Samoa e Tunísia também tiveram suas primeiras-ministras mulheres pela primeira vez na história.

Em Honduras, Xiomara Castro tomou posse como presidente em janeiro de 2022. A Nova Zelândia aprovou licença remunerada para mulheres (e seus parceiros) que sofreram aborto espontâneo ou em caso de natimorto. Em 2020, o Sudão criminalizou a mutilação genital feminina.

No ano passado, também houve avanços em relação ao aborto em vários países. Em fevereiro de 2022, a Colômbia descriminalizou o aborto nas primeiras 24 semanas de gestação. Nos EUA, enquanto isso, os direitos ao aborto foram restringidos em alguns estados, com no Texas, que proibiu procedimentos a partir de seis semanas de gravidez.

Redação DiárioPB

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