ENTRETENIMENTO

A Invisibilidade da arte e da cultura popular

Produções culturais e artísticas nas periferias de São Paulo

Por mais invisíveis que pareçam ser as culturas e as artes populares, elas existem e persistem desde sempre, mesmo em épocas em que a cultura e a arte viraram produtos de consumo, e que se enlata a arte e a cultura como meramente comercializáveis, mesmo nesses tempos, em que tudo ou quase tudo vira dinheiro ou negócio lucrativo, a arte e a cultura sobrevivem, firmando-se como alternativa a todo o sistema de controle cultural, e mantendo ainda mais forte a busca incansável pelas próprias raízes.

Por toda São Paulo e principalmente nas periferias e favelas (que hoje polidamente chamam-se comunidades), vamos encontrar uma grande quantidade de trabalhos culturais, artísticos, de esportes e muita solidariedade. Nesta matéria, vamos mostrar algumas destas produções.

Começamos pelo bairro da Vila Dalva, zona oeste de São Paulo, na região do Butantã. Fundado em 2012, o Clube de Futebol Estrela F.C. tem duas categorias: o esporte e os veteranos, o clube participa de campeonatos, dando novas alternativas para as comunidades e participando também de campanhas de solidariedade. Muitas crianças e adultos encontram no clube um novo começo e novas oportunidades. O Estrela conta com uma grande incentivadora, uma “mãezona guerreira”, como é conhecida. Dona Lourdes é a grande figura ilustre do clube, desde o início ensinando e dando suporte a todos. Muitos veteranos de hoje se lembram, como observa Araf Cafruni, da participação e do incentivo de dona Lourdes desde o início. O bairro tem também o centro comunitário Vila Dalva, que foi ocupado por moradores quando estava em total estado de abandono, e hoje, em plena pandemia, atua na distribuição de cestas básicas, além de disponibilizar aulas de capoeira e atendimento de acupuntura.

Time do Estrela, em homenagem a vítima de Covid. À direita, Dona Lourdes aos 88 anos, junto a Niquinha, jogador do time.

Partindo para a zona leste da cidade, na Vila Progresso, temos o Ateliê Som da Terra, que, segundo Valdeir Calado, um dos organizadores “Tem um trabalho voltado para a recriação popular da arte, com o objetivo de despertar a criatividade e a interatividade, para pensar novos meios de inclusão social, com trabalho sustentável, usando madeira reciclada. Além de artesanato, desenvolvem a Capoeira Angola e percussão.”

Trabalho artístico produzido pelo Ateliê Som da Terra.

Também na zona Leste, no Parque Chico Mendes, na Vila Curuçá, encontramos a Roda de Capoeira de Rua, que existe há 25 anos, todos os domingos, com os mestres Wellington e Naldo. Como se trata de capoeira de rua, os estilos são livres, a verdadeira intenção é a integração e o resgate da cultura da capoeira raiz.

(338) A História da Roda de Capoeira Amigos do Parque Ecológico Chico Mendes – YouTube

(338) Mestre Welington Santos Mestre U – YouTube

Roda de Capoeira Amigos do Parque Chico Mendes. De verde, com o pandeiro, Mestre Naldo.

Esse é apenas um pequeno panorama de como são amplos e produtivos os trabalhos culturais, artísticos e esportivos nas periferias da grande São Paulo. Até por meio da Internet, podemos conhecer muitas coisas invisíveis aos olhos da grande mídia e de seus usuários, assim como com um pequeno contato com pessoas das comunidades.

Alex Goulart Baseia (Acadêmico de Jornalismo da Faculdade Cruzeiro do Sul)

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Redação DiárioPB

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