ECONOMIA

Bolsas europeias desabam após tombo dos preços do petróleo

As bolsas de valores europeias operam em forte queda nesta segunda-feira (9), em meio ao aumento da tensão nos mercados devido ao avanço do coronavírus e à guerra de preços iniciada entre grandes produtores de petróleo, que dez desabar o preço do barril.

Por volta das 7h40, as principais bolsas da Europa desabavam perto de 7%, acumulando perdas em torno de 20% no mês.

O índice London FTSE-100, da bolsa de Londres, caía 6,5%; o Frankfurt Dax, na Alemanha, 6,95%, o CAC-40, em Paris, 6,88%, e o Ibex 35, em Madrid, 7,16%, segundo dados da Bloomberg. Em Milão, o FTSE MIB caía 10,32%.

“A epidemia contaminou a atmosfera dos mercados. Com as Bolsas europeias e americanas em queda e o desabamento do preço do petróleo, a epidemia é um catalisador da fragilidade e das contradições da economia mundial”, declarou Shen Zhengyang, analista da Northeast Securities.

“O risco de recessão mundial aumentou. Um retrocesso prolongado do consumo, além do fechamento prolongado das empresas, atacaria os lucros, provocaria o corte de empregos e reduziria o ânimo dos atores econômicos”, destacaram os analistas da Moody’s.

Petróleo tem maior tombo desde a Guerra do Golfo

Os preços do petróleo também tombavam perto de 20%. Na abertura dos negócios no mercado asiático, o preço do petróleo do tipo Brent (principal referência internacional) chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991).

Perto das 7h40, o barril de Brent caía 20,57%, em Londres, a US$ 35,96 na venda, enquanto que o barril WTI, nos EUA, perdia 21,58%, a US$ 32,37.

Os preços do petróleo desabaram após a Arábia Saudita decidir cortar seu preço venda o barril e estabelecer planos para aumentar expressivamente a produção de petróleo no próximo mês. A decisão foi tomada depois do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o volume de produção.

A Rússia se opôs ao corte de produção de petróleo sugerido pela Opep para estabilizar os preços do petróleo em meio à epidemia de coronavírus, que desacelera a economia global e afeta a demanda por energia.

Após o fracasso das negociações, a Arábia Saudita decidiu no domingo adotar o maior corte dos preços do barril em 20 anos, entre US$ 6 e US$ 8 dólar, o que provocou uma tempestade nos mercados.

“O preço do petróleo nesse patamar deve provocar um estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai depender por quanto tempo os preços ficarão nesse patamar”, alerta o sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Bolsas da Ásia

A Bolsa de Tóquio desabou 5% nesta segunda-feira (9) devido a preocupações com a disseminação mundial do coronavírus, que espalhou incerteza nos mercados globais e impulsionou o iene, uma tendência prejudicial para os exportadores japoneses, e também a crise no preço do petróleo.

O índice Nikkei registrou queda de 5,07%, a 19.698,76 pontos, algo que não acontecia desde fevereiro de 2018, no início da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 3,42%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 3,01%.

Queda generalizada pelo mundo

As Bolsas do Golfo também operavam em baixa expressiva nesta segunda-feira. A Bolsa da Arábia Saudita, a mais importante do Golfo, recuava 9,4%.

As ações da gigante do petróleo Saudi Aramco caíram 10% pela segunda sessão consecutiva, muito abaixo do preço de entrada na Bolsa em dezembro (32 rials).

Nos países do Golfo, as negociações na Bolsa são automaticamente suspensas quando uma ação ou toda a Bolsa caem 10% ou registram alta de 15%.

Nos últimos dois dias, as ações da Aramco, a empresa com maior cotação do mundo, perderam US$ 320 bilhões.

O principal índice da Bolsa do Kuwait (Premier Index) registrou queda de 10,3% e as negociações foram suspensas.

Dubai perdia 9,0%, o menor nível em sete anos, mas as autoridades suspenderam as negociações para a maioria dos valores após quedas de 10%.

A Bolsa de Abu Dhabi recuava 8,2% e registrou o menor nível em quatro anos, enquanto a praça do Catar recuava 9,3%.

G1

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