Brasil alcançou nível internacional na pesquisa em matemática, diz Artur Ávila
A concessão da Medalha Fields, espécie de Nobel da matemática, a um brasileiro não foi um acontecimento casual, mas fruto da formação de uma escola de pesquisa no País durante as últimas décadas, esta é a avaliação do pesquisador Artur Ávila, ganhador do prêmio. Ele foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff nesta quinta-feira (4), no Palácio da Alvorada. No encontro foram discutidos temas ligados à educação e à ciência no Brasil, com destaque para o valor simbólico do prêmio como incentivo para a educação em matemática e em outros campos de conhecimento.
“Toda a minha formação básica até o doutorado foi no Brasil. [E essa] é a primeira vez na história desse prêmio que alguém que teve sua formação em país que não seja uma potência como Europa, Estados Unidos, Japão e Israel. Todos os outros tiveram formação nesses países. (…) Há várias décadas vem se formando uma escola matemática e já alcançou um nível internacional há algum tempo”, afirmou Artur Ávila.
O próximo Congresso Internacional de Matemática, evento em que é entregue a Medalha Fields a cada quatro anos, será realizado pela primeira vez no Hemisfério Sul, no Rio de Janeiro. Para Artur Ávila, essa oportunidade aliada ao enfoque dado pelo prêmio ganhado por um brasileiro, são incentivo para perspectiva maior no desenvolvimento da educação e da pesquisa em matemática pelos próximos quatro anos no País. Ele avalia que ainda há muito a ser feito para que o Brasil possa ter produção em volume e amplitude comparável a outros países, mas que muito já foi feito.
“Com foco e dedicação já foi realizado e pode ser estendido tanto dentro da matemática quanto para outras áreas. Então podemos ter grandes ambições nesse sentido”, afirmou o pesquisador.