Violência no futebol e no mundo; Pra variar estamos em guerra!
A violência tomou conta no Brasil e no mundo na última semana. Até quando vamos ter que conviver em meio a guerras?
Na última semana o futebol brasileiro e mundo ficaram marcados pelos atos de violência de diversas torcidas do nosso futebol e pelo início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Contudo, não é de hoje que estamos convivendo com a selvageria das torcidas no futebol e nem com invasão Russa no território ucraniano. Desde os anos 90 o Brasil virou palco de guerras de torcidas organizadas e da brutalidade de “torcedores” que cobram jogadores por meio de ameaças e agressões. Enquanto isso, as tensões entre Rússia e Ucrânia já são notícias desde o início deste milênio, culminando na invasão da Crimeia, região estratégica ucraniana, que foi tomada pelos russos em 2014.
Então, com uma maior proximidade do governo ucraniano com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o presidente russo, Putin, decidiu invadir e conquistar o país vizinho, deixando o mundo em alerta para uma possível terceira guerra mundial, tendo Rússia e China como principais aliados. E enquanto os países do leste europeu vivem o terror da guerra, a sociedade brasileira convive constantemente com a violência entre seus cidadãos, com diversos casos brutais, como foi o assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe no Rio de Janeiro.
Violência no futebol
Assim, essa brutalidade que assombra nossa sociedade se estende para o futebol, que viveu uma semana de terror e de alerta para a necessidade de ações mais consistentes para combater esse aumento da violência no futebol. Isto porque, foi por muito pouco que não tivemos a morte de jogadores atingidos por pedras e estilhaços de bomba, como foi o caso do goleiro Danilo Fernandes que foi para o hospital com diversos cortes no rosto após um ataque ao ônibus do Bahia. No mesmo dia, a van do Náutico, que voltava do Tocantins após a eliminação da Copa do Brasil, sofreu ataque de seus torcedores, tendo os vidros quebrados e por sorte ninguém ficou ferido.
Já no final de semana mais dois casos graves foram registrados. O primeiro aconteceu com o ônibus do Grêmio, que foi alvo de pedras da torcida do Internacional chegando no estádio do Beira-Rio. Neste caso o jogador Villasanti foi ferido e hospitalizado resultando no adiamento do Gre-Nal. Outro fato grave aconteceu no rebaixamento do Paraná para a segunda divisão do estadual, onde os torcedores invadiram o gramado e trocaram agressões com os jogadores.
Além desses acontecimentos desta semana, esse ano já presenciamos outros fatos lamentáveis como na semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior, quando são-paulinos invadiram o gramado da Arena Barueri e partiram para cima dos jogadores do Palmeiras e uma faca foi encontrada entre os objetos atirados no gramado. Além disso, também tivemos uma briga generalizada nas arquibancadas do Estádio Mané Garrincha, em Brasília entre outros atos de selvageria pelo Brasil a fora.
Diante desse cenário bastante preocupante, muitos jogadores estão se posicionando em suas redes sociais pedindo paz nos estádios e entre as torcidas com a seguinte mensagem: “Basta! Até quando vamos ter que conviver com isso? Por mais segurança para nós e pelo fim da violência no futebol”. Como podemos ver na postagem do jogador do Flamengo Diego Ribas;
Até quando viveremos em guerra?
Como estamos acompanhando nos noticiários, a violência segue a todo vapor por aqui e pelo mundo, e isso não vem de hoje. Historicamente a sociedade conviveu com guerras e disputas de territórios. Contudo, muitos avanços foram feitos no último século, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que delineia os direitos humanos básicos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) após a segunda guerra mundial, em 10 de dezembro de 1948. Desde então, muitas ações foram realizadas para evitar guerras e conscientizar a população mundial de que somos um só povo com diversas etnias, e dessa forma, precisamos respeitar as diferenças para um convívio saudável entre as nações e entre nossa própria sociedade.
Contudo, a incompetência de autoridades, muitas vezes corruptas pelo Brasil e pelo mundo, segue causando problemas estruturais na sociedade, e assim, aumentando o abismo social que existe na maioria dos países, com a falta de uma educação pública de qualidade e o aumento do desemprego e da miséria. Dessa forma, muitas pessoas encontram na violência uma forma de extravasar suas dores e as injustiças que sofrem diante de um cenário cada vez mais preocupante e sem esperanças. Com isso, o futebol é um reflexo da sociedade que vivemos e dessa forma, com a impunidade que vemos diante dos casos de violência e a falta de políticas públicas de qualidade, infelizmente, a tendência é convivermos ainda por um bom tempo com essa violência.
Por Diogo Coelho