Vaza Jato: Mensagens provam influência de Deltan sobre Barroso e Fachin
O procurador Deltan Dallagnol usou o prestígio obtido como coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba para tentar emplacar nos bastidores o procurador regional da República Vladimir Aras, seu aliado no MPF (Ministério Público Federal), como o novo comandante da PGR (Procuradoria-Geral da República). Para isso, fez lobby com ministros do governo Jair Bolsonaro (PSL), senadores e ao menos três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Deltan se mostra empolgado com a ideia: “nesse colégio, a metade vai aderir bem. Alguns talvez nem compense a visita…Mas é aquele coisa; fechar o cerco! Creio que as visitas individuais aos outros 60 e poucos Senadores fará a diferença, pois como diz Martim Luther King Jr ” O que me incomoda não é o grito dos maus (que muitas vezes tomam a liderança ) mas o silêncio dos bons “. Mas os tímidos podem surpreender dessa vez….Na eleição da Presidência da casa fizeram a diferença”, disse às 16h38.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a força-tarefa da Lava Jato disse, por meio da assessoria de imprensa do MPF do Paraná, que é permitido aos procuradores “incentivar colegas a se candidatarem”, “fazer contatos” e “encampar iniciativas para a escolha dos melhores candidatos”. Destacou, porém, que tem “reiteradamente defendido” a lista tríplice “sem manifestar apoio a determinado candidato”.
“A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não reconhece as mensagens que lhe têm sido atribuídas. O material é oriundo de crime cibernético e sujeito a distorções, manipulações e descontextualizações. É legal, legítimo e recomendável que procuradores busquem o aperfeiçoamento institucional. Isso
engloba a participação no processo de escolha do novo procurador-geral. Procuradores podem incentivar colegas a se candidatarem, assim como fazer contatos e encampar iniciativas para a escolha dos melhores candidatos pelos colegas e pelo presidente. Diversas vezes, iniciativas cogitadas não se realizaram após reflexão e ponderações internas. Os integrantes da força-tarefa da Lava Jato têm reiteradamente defendido que a escolha do novo procurador-geral seja feita a partir da lista tríplice, sem manifestar apoio a determinado candidato.”
O ministro Sergio Moro, Eduardo Girão e Vladimir Aras, foi procurado mas eles ainda não se manifestaram. As informações são do UOL.