Uma mulher enfrenta uma manifestação fascista na Suécia
A fotografia foi tirada por Borlänge, Dalarna, na Suécia central, onde a organização nazista Nordiska motståndsrörelsen (Movimento de Resistência Nórdica) estava conduzindo uma manifestação no último domingo, 1º de Maio.
Enquanto centenas de neonazistas, vestidos com uniformes caseiros de camisa branca e gravata verde escuro, marchavam pelas ruas de Borlänge, Tess Asplund, uma mulher negra de 42 anos, se colocou em seu caminho e enfrentou os líderes do grupo com seu punho erguido.
A imagem dessa ação corajosa vem sendo compartilhada por milhares de escandinavos no Twitter e Facebook, e o momento, capturado pela câmera, já está sendo aclamado como um momento icônico na história moderna da Suécia.
Tess Asplund havia participado, no mesmo dia, de uma contra-manifestação organizada por “Dalarna contra o racismo”, em repúdio à marcha nazista de Borlänge.
Em declaração à mídia local, Asplund, de Estocolmo, mostrou sua surpresa com a divulgação que a fotografia teve nos últimos dias.
“Normalmente ergo o punho nas manifestações, isso não é novo pra mim.”, disse Asplund, ativista há 6 anos, ao P4 Dalarna.
Sobre o momento em que ficou cara a cara com os fascistas, Asplund comentou à imprensa que “um deles ficou me encarando e eu o encarei de volta. Ele não disse nada e eu não disse nada, e então veio a polícia e me tirou de lá”.
Quando perguntaram a ela se não tinha ficado com medo de enfrentar os nazistas – muitos dos quais foram condenados por crimes violentos – Asplund se limitou a dizer: “Não tenho medo deles”.
O fotógrafo David Lagerlöf, que registrou a atitude de Asplund, escreveu em sua página do Facebook sobre a fotografia: “Uma única mulher vai à rua e fica na frente da organização nazista mais violenta da Suécia”.
“O lugar é Borlänge, 1º de Maio, onde os nazistas conseguiram autorização para se manifestar. Em um único gesto, uma mulher levanta seu punho e se nega a se mover. ‘O que ela está pensando? ’, foi a minha reação, surpreso enquanto levantava minha câmera para fazer a fotografia”.
“Na frente dela, os líderes da organização se aproximam em um silêncio solene. O olhar da mulher se encontra com o do homem do meio, o líder da organização nazista que parecia olhar atrás da mulher”.
“Há uma curta ‘batalha de olhares’ antes da polícia intervir e retirar a mulher”.
Da França à Suécia, os partidos neonazistas e xenófobos, se fortalecem à medida que as políticas anti-imigração, as deportações e cortes de direitos dos governos europeus coincidem.
Apesar de saber que membros do Movimento de Resistência Nórdica foram condenados por crimes violentos, Asplund disse que não teve medo de se enfrentar com os nazistas.
Asplund, de 42 anos, participou, no mesmo dia, de uma contra-manifestação em repúdio à marcha fascista.
Fonte: Mailonline