GERAL

Um enorme país operado como um autorama

Brasil Uma grande paísSe há duas características que mostram a fisionomia da polititica nacional é o interesse pessoal, via de regra, escuso e a total irresponsabilidade para com a sociedade. Nada neste país é levado a sério. Toda e qualquer coisa criada ou adotada na administração pública ou é criada com o intuito de tirar vantagens e desviar verbas ou é deturpada logo depois ou as duas coisas ao mesmo tempo, o que é bem pior. Faça um esforço, caro leitor, e tente lembrar algum ato do Congresso Nacional, da Assembleia estadual ou da Câmara de sua cidade que de fato beneficiou o cidadão comum. Melhor dizendo, uma lei ou decreto que fez com que você percebesse o aumento de comida em sua mesa ou de dinheiro no seu bolso ou bem-estar social, como melhoria na saúde. Difícil, não?

Pois sim. Tudo é pensado e feito no maior amadorismo inconsequente de que se pode ter notícia. Assim foi com a reeleição que agora revogaram. A preocupação com a extensão do mandato sempre turbou o sono de todos os que passaram pelo Planalto. O Bigode apenas conseguiu adicional um ano a mais; o Fernandinho tinha outras preocupações, bem mais interessantes!; o conquistador teve que se contentar apenas com o resto do Banquete. O Luís XIV dos trópicos, esse, logrou êxito e conseguiu quase tudo o que queria, não foi um mandato vitalício nem hereditário, como desejava, mas pelo menos conseguiu dobrar o tempo: duplo mandato!; O Inocente pegou a carona e está certo, quem herda não furta!; A Titia continuou na direção da locomotiva, mas os portadores dos preconceitos nacionais se irritaram com a possibilidade de mandato duplo para ela, na eleição passada e juraram, qual Jefté, banir a reeleição com o fito de esperar menos a chance da (re)tomada do poder: o Planalto. Então, PT em dose dupla, nunca mais. E a direita raivosa promete e faz (o que lhe beneficia, lógico!).

Não venho aqui defender a reeleição ou o mandato único. Para mim, como diz o francês, Ça m’est égal (tanto faz). O que eu gostaria de ver neste país, mas sei que isso nunca existirá popr aqui, era um legislativo humano, eficiente e moralizado, e um executivo voltado para o bem comum e a resolução dos problemas sociais, e mais ainda (mas acho que isso é querer demais) gostaria de ver um povo aguerrido, canalizando a força que explode em violência nas ruas, contra aqueles que o exploram. Um país só muda se seu povo muda e o faz mudar. A história está aí, vejam o exemplo da França.

Aqui eu volto a insistir, o problema não está na organização dos mandatos. Mas em quem o exerce com todo seu aparato, mais o legislativo e judiciário. Nos Estado Unidos existe a reeleição desde 1946, antes disso a constituição daquele país permitia reeleição ad infinitum, isto é, ilimitada. E ninguém me diga que os problemas que lá existem é por conta da reeleição. Em termo de administração pública, apesar de todos os problemas que lá existem, o EUA se mostra um país de vergonha, no que concerne atenção ao seu povo. E olhe que a reeleição por aqui é obra do PSDB. Com certeza, se o PSDB estivesse no poder continuaria tudo como dantes. Ninguém me dissuade de que a extinção da reeleição é mais um golpe da direita raivosa que quer de todas as formas castrar a possibilidade de pobres darem um passo à frente socialmente. Isso ela quer extirpar até dos sonhos. Mas alguém pode objetar que apenas 19 deputados votaram contra. E eu digo, e daí? A esquerda festiva quer é festa! Ela também nunca esteve preocupada com os destinos do país nem com a sorte dos pobres e miseráveis, senão, não teria ajudado a aprovar a lei da terceirização.

Povo brasileiro, cuidado! Ultimamente os golpes que temos sofrido são piores que o de 1964. Sem metralhadora, sem blindados nas ruas, sem tortura física. Mas com armas torturantes e letais, muito mais perigosas: as leis. Essas sim, vão colocar todos de joelhos sem direito a protestos. Lembre-se de que as armas já foram confiscadas à população e foi a esquerda quem o fez. Bem verdade é o que diz Slavoj Zizek: Não precisamos de direita com esta esquerda que aí está! E é bom que acordemos para uma frase de Siviano Santiago. Na fiação do tecido social brasileiro não há fio solto. Quem tiver ouvido que ouça!

Ouça nossa Rádio enquanto você navega no Portal de Notícias


  Podcast Dez Minutos no Confessionário

Redação DiárioPB

Portal de notícias da Paraíba, Brasil e o mundo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo