CORONAVÍRUS

Tratamento de covid-19 com plasma vem dando resultado

Uso em fase experimental é considerado satisfatório e conta com alta procura dos hospitais, e população dá apoio.

Pesquisadores, profissionais da área de saúde e pacientes já recuperados da ovid-19 estão se unindo para levar a possibilidade e recuperação a mais pacientes. A pesquisa baseada no uso do plasma convalescente de pacientes que já se recuperaram do novo coronavírus vem sendo colocada em prática há quase dois meses na Paraíba. O uso, ainda em fase experimental, vem sendo satisfatório, segundo a diretora técnica do Hemocentro da Paraíba, Valéria Cristina de Lucena Limeira, devido à alta procura dos hospitais pelo plasma e também o apoio da população, que enxerga o tratamento como uma alternativa viável para tentar vencer a doença.

A disponibilidade de doações, no entanto, não acompanha o número da demanda de pacientes que, cada vez mais, precisam do tratamento. O Hemocentro Paraíba distribuiu, até o momento, 76 plasmas para pacientes em tratamento da doença nos hospitais do Estado. De acordo com Valéria Cristina de Lucena Limeira, a procura segue alta, mas o banco conta com 16 plasmas do tipo A+, 3 do tipo AB, 7 do O+ e apenas 4 do tipo O-.

O plasma é a parte líquida do sangue de um paciente já recuperado do novo coronavírus. A coleta, realizada pelo Hemocentro em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB ) e com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB), é feita quando os pacientes recuperados não apresentam sintomas há mais de 30 dias.

Como funciona: A pesquisa liderada pela pesquisadora da UFPB, Daniele Idalino Jenebro, retira o plasma das amostras de sangue doadas por pacientes já curados para administrar nos pacientes hospitalizados e em estado grave, que ainda lutam contra a covid-19, através de infusão do plasma já com anticorpos para tentar neutralizar o vírus no corpo da pessoa que recebe a doação. Mesmo com a alta procura médica, o uso do plasma ainda precisa de testagem em maior escala para que os resultados de eficiência possam ser comprovados. Ainda assim, a alternativa vem sendo usada também em outros estados do Brasil e outros países. Mesmo sendo aplicada em caráter experimental, a pesquisa vem mostrando resultados efetivos na recuperação de pacientes, visto que, segundo Valéria Cristina, diretora do Hemocentro, a demanda pelo plasma convalescente nos hospitais vem crescendo. “Ainda é um projeto de pesquisa. Estamos desenvolvendo a pesquisa conjuntamente a partir da doação de plasma por pacientes que apresentaram sintomas leves e já estão recuperados. Por ser uma pesquisa, ainda não temos uma resposta concreta sobre o resultado. Mas o retorno dos hospitais está sendo muito bom. Cada vez mais eles estão solicitando o plasma e o uso nos pacientes vem sendo satisfatório”, declarou.

Estoque baixo:A disponibilidade do plasma, assim como a doação de sangue, também é escassa. Valéria Cristina de Lucena Limeira ressalta que, mesmo com a crescente demanda pelo uso, o número de doações ainda está aquém do esperado. “Temos um estoque um pouco mais folgado do tipo A. Mas os demais, O, AB, A-, B são muito difíceis. Já é uma luta para entrar, e quando entra, já vai direto para o paciente. Nós e os familiares dos pacientes estamos nessa tentativa de divulgar para conseguir mais doações”, falou.

De acordo com a diretora técnica, a administração precisa ser feita apenas em pacientes em estado grave e hospitalizados porque eles precisam de acompanhamento médico. “O pacientes só poderá receber se estiver hospitalizado. Uma transfusão não é uma coisa corriqueira e só é indicada quando o paciente está interno e vai tendo o seu quadro se agravando, já próximo da intubação. No hospital, eles possuem todo o respaldo médico e  a intenção já é evitar que o paciente vá para a UTI”, informou.

Fonte: Jornal A UNIÃO

Ana Flávia Nóbrega
ana8flavianobreg@gmail.com

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