Torcida chama Djoko de brasileiro, mas empurra Melo e Soares à vitória
Desde que chegou ao Brasil, Novak Djokovic foi abraçado pela torcida no Rio de Janeiro. Virou uma espécie de ídolo tão grande quanto os próprios brasileiros. E a prova de que o carinho era recíproco aconteceu no último domingo, quando o sérvio foi eliminado logo na estreia para Juan Martín Del Potro e chorou. Agradeceu aos torcedores e disse que se sentia brasileiro aqui. Porém, era bom deixar claro que, quando tinha dupla do Brasil em quadra, as coisas seriam diferentes. Com provocações, mas também afago ao número 1 do mundo, a torcida deu show e empurrou Bruno Soares e Marcelo Melo à segunda vitória na Olimpíada. Os mineiros mostraram domínio desde o princípio e fizeram 2 sets a 0 sobre os rivais, com duplo 6/4 em 1h12 de confronto, garantindo vaga nas quartas de final.
Após a partida, o sérvio foi novamente ovacionado pelos torcedores, que gritaram muito seu nome. O melhor do mundo em simples agradeceu o carinho mais uma vez, saindo com a sensação de que, apesar dos tropeços, ter vindo ao Brasil foi certamente uma experiência inesquecível.
– Era um jogo que tinha um tempero a mais porque tinha Djokovic na quadra, ao lado do Zimonjic, um dos melhores duplistas da história. Você vê o tanto que o cara (Djokovic) é f… Até jogando contra os brasileiros você vê que a torcida gritava o nome dele. O carisma que ele tem, o peso… Mas para a gente foi muito legal. A energia dentro de quadra estava muito boa. Foi um passo a mais e amanhã (terça) tem pedreira pela frente – comentou Bruno Soares.
O triunfo sobre os sérvios significou mais um passo na caminhada dos mineiros rumo a uma medalha olímpica. Para isso, no entanto, eles terão mais uma parada duríssima nas quartas de final da competição. Nesta terça-feira, voltam a entrar em quadra para enfrentar os fortíssimos romenos Florin Mergea e Horia Tecau, que passaram pelos mexicanos González e Reyes-Varela, também nesta segunda.
Para Djokovic, a derrota significou seu adeus ao Rio de Janeiro nesta Olimpíada. O sérvio poderia formar nas duplas mistas uma forte parceria com Ana Ivanovic, ex-número 1 do mundo, mas o próprio tenista garantiu que não vai participar da chave. O sorteio das duplas mistas será realizado nesta terça-feira, às 14h (de Brasília).
O jogo
O clima foi de festa desde a entrada dos jogadores na Quadra 1. Na arquibancada, os brasileiros ovacionaram Bruno Soares e Marcelo Melo e até que pegaram leve com Djokovic. Teve até coro de “Uh, tá maneiro! Djokovic é brasileiro”, respondido com um sinal de positivo do sérvio. Mas, em quadra, não teve alívio em momento algum. Os mineiros trataram de mostrar quem é que manda por aqui e buscaram explorar sempre Nenad Zimonjic para evitar os bons golpes do número 1 do mundo em simples.
A estratégia traçada pelos brasileiros deu certo, sobretudo no quinto game. Com o único break point do primeiro set, Bruno e Marcelo quebraram o saque dos sérvios e abriram 3/2. Depois, o jogo seguiu equilibrado, com as duplas conseguindo confirmar os serviços até que o Brasil fizesse 6/4, levando o primeiro período, sempre com muito apoio da torcida.
A partida seguia morna no segundo set, até que os brasileiros anotaram a primeira quebra no sétimo game, abrindo 4/3 no confronto. Mas apareceu o talento de Novak Djokovic, que jogou demais na sequência para devolver a quebra. O jogo esquentou e a torcida sentiu que era o momento de entrar em quadra. Vibrou, torceu, pressionou e o resultado veio. Os sérvios até que salvaram um break point, mas, na segunda chance, Bruno Soares matou no smash, colocando o Brasil novamente em vantagem com 5/4. Marcelo Melo foi para o saque e teve dois match points. Mas tinha que ser na emoção. Zimonjic devolveu duas belas bolas e recolocou os rivais no jogo. Na segunda vez, não teve jeito. Bruno cravou um smash que garantiu a vitória ao Brasil.
Rogerinho é eliminado nas simples
Número 2 do Brasil nas simples, Rogério Dutra Silva se despediu dos Jogos do Rio nesta segunda-feira. Ele não conseguiu fazer frente ao francês Gael Monfils, 11º do ranking da ATP, e caiu na segunda rodada pelo placar de 6/2 e 6/4. Na estreia, ele passara pelo italiano Thomas Fabbiano (111º).
– Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida poder jogar uma Olimpíada em casa, ganhar um jogo. Coroou toda a batalha que venho tendo nos últimos anos. É a coisa mais emocionante que já senti – declarou o paulista.
Em pouco mais de um ano, Rogerinho emplacou uma caminhada que o levou à vaga na Olimpíada. Em junho de 2015, em meio à recuperação de uma lesão na coxa, ele chegou a despencar para a 533ª posição do ranking. De lá para cá, o tenista brasileiro focou em somar pontos em torneios de nível Challenger. A estratégia deu certo e ele apareceu em 83º lugar no dia 6 de junho, data de fechamento do ranking para os Jogos. Atualmente, Rogerinho é o número 95 do mundo.
GE