Temer corta 87% do orçamento do esporte
Na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff, muitos atletas na busca dos holofotes da mídia reforçaram o coro das seitas fascistas e saíram às ruas com os “patinhos amarelos” da sinistra Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e as camisetas da “ética” CBF. Ingênuos ou não, eles ajudaram a viabilizar o golpe dos corruptos que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. Na semana passada, o covil golpista encaminhou à Câmara Federal sua proposta para a Lei Orçamentária Anual (LOA) que prevê uma redução de 87% nas verbas disponíveis para os programas do Ministério do Esporte. Cadê a provocadora jogadora de vôlei Ana Paula, o “fenômeno do oportunismo” Ronaldo – o “Ronalducho” – e os outros atletas midiotas?
Segundo matéria publicada na Folha na terça-feira (19), o cenário para o esporte brasileiro em 2018 será catastrófico. “A proposta do governo para a LOA do ano que vem prevê que a verba disponível para programas do Ministério do Esporte sofra uma redução de 87% na comparação com o cenário já de escassez de 2017. A rubrica ‘concessão de bolsas a atletas’ terá disponível apenas R$ 70 milhões. Com isso, o programa Bolsa Atleta, que custa anualmente mais de R$ 130 milhões, deve sofrer mudanças drásticas, se não acabar. No total, o orçamento para o Esporte, que foi de R$ 1,245 bilhão na LOA de 2017, foi reduzido para R$ 163 milhões no projeto enviado por Michel Temer à Câmara dos Deputados”.
“O Bolsa Atleta, porém, não é o único problema. Na verdade, é o programa que teve menor corte: ‘só’ perdeu 50%. A rubrica ‘preparação de atletas e capacitação de recursos humanos para o esporte de alto rendimento’, de onde saem recursos para convênios com confederações, foi de R$ 56,6 milhões em 2017 para R$ 7,2 milhões na LOA de 2018. Em 2016, como comparação, foram autorizados R$ 134 milhões. Outra rubrica importante para o esporte de alto rendimento do Brasil, a que trata da ‘preparação de seleções principais para representação do Brasil em competições internacionais’, que foi de R$ 40 milhões em 2017 (ainda que muito pouco disso tenha sido aplicado) e será de apenas R$ 4,8 milhões em 2018”.
Os cortes não poupam nenhum setor. “Se no orçamento de 2017 havia R$ 60 milhões para a ‘implantação de infraestrutura esportiva de alto rendimento’, em 2018 a previsão é de apenas R$ 13 milhões, o que frustra os planos de quem pretende construir centros de treinamento, como a Confederação Brasileira de Basquete. Para manter a aclamada ‘Rede Nacional de Treinamento’ serão só R$ 20 milhões no ano que vem, contra R$ 100 milhões este ano. O combate ao doping também deverá ter muito trabalho para se manter em pé em 2018. Se já estava difícil realizar as atividades regulamentares com R$ 8,7 milhões previstos em 2017, será muito mais difícil com os R$ 2,7 milhões programados para 2018. Esses recursos precisam pagar não só exames, mas também garantir o funcionamento do deficitário laboratório do Rio de Janeiro”.
O pior, porém, deve ocorrer na rubrica “implantação e modernização de infraestrutura para esporte educacional, recreativo e de lazer”, que disponibiliza verbas para as pequenas obras em equipamentos públicos espalhados por todo o país. Depois de disponibilizar R$ 462 milhões em 2017, o governo pretende liberar só R$ 7 milhões em 2018. “Além disso, não há qualquer referência à ‘implantação dos Centros de Iniciação ao Esporte’, que mereceram R$ 200 milhões no orçamento deste ano”. Ou seja: o golpista Michel Temer está inviabilizando qualquer perspectiva de futuro para o esporte nacional.
Será que a jogadora Ana Paula, que vibrou com o golpe – “enquanto os petistas choram, existe um sopro de esperança que começa”, postou a babaca no Twitter no dia da aprovação do impeachment de Dilma Rousseff – vai emitir algum rosnado da sua mansão nos Estados Unidos? E o Ronalducho, amigão do cambaleante Aécio Neves e participante ativo das marchas golpistas? E o ex-judoca João Derly, atual deputado da Rede que disse que votou “com a consciência tranquila” no impeachment?
Brasil 247