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Tarifas de Trump intensificam guerra comercial e provocam reação global

China e União Europeia prometem retaliação contra medidas que impactam mercados e comércio internacional

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa básica de 10% sobre a maioria dos produtos importados, além de taxas ainda mais altas para dezenas de países, gerou uma nova escalada na guerra comercial global. A medida, anunciada no Rose Garden da Casa Branca, despertou forte reação internacional e impactou os mercados financeiros, aponta reportagem da Reuters.

A China e a União Europeia prometeram contramedidas imediatas, alegando que as novas tarifas prejudicam o comércio internacional e aumentam a incerteza econômica. “As consequências serão terríveis para milhões de pessoas ao redor do mundo”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicando que o bloco de 27 países está preparado para responder caso as negociações com Washington fracassem.

Impacto nos mercados e reações internacionais

Com a Ásia sendo a primeira região a reagir à notícia, os índices acionários de Pequim e Tóquio atingiram mínimas de vários meses. Os futuros das bolsas americanas e europeias também registraram quedas expressivas, refletindo o temor dos investidores diante do aumento da instabilidade comercial. A busca por ativos mais seguros, como ouro e títulos públicos, cresceu nas primeiras horas após o anúncio.

A China, agora sujeita a tarifas de até 54% sobre suas exportações para os EUA, declarou que retaliará com medidas equivalentes. O Japão, a Coreia do Sul e Taiwan também foram alvos da decisão, com taxas variando entre 24% e 32%, aprofundando as tensões entre Washington e seus tradicionais parceiros comerciais.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que qualquer retaliação estrangeira apenas intensificaria o conflito. “Medidas de resposta só levarão a uma escalada desnecessária”, afirmou.

As as novas tarifas enfrentam resistência até mesmo dentro do Partido Republicano. Horas após o anúncio, o Senado aprovou uma legislação para reverter as taxas impostas ao Canadá, contando com o apoio de alguns senadores republicanos dissidentes. Ainda assim, na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, a medida enfrenta dificuldades para avançar.

Além das tarifas sobre bens importados, Trump também assinou uma ordem para eliminar a isenção fiscal para pacotes de baixo valor (até US$ 800) enviados da China e de Hong Kong, conhecida como regra “de minimis”. Segundo a Casa Branca, essa medida visa restringir o fluxo de fentanil para os EUA, uma vez que produtos químicos chineses são frequentemente utilizados na fabricação da droga.

O governo americano ainda planeja outras tarifas direcionadas a semicondutores, produtos farmacêuticos e minerais considerados críticos para a indústria nacional. A decisão ocorre em meio a um esforço mais amplo de Trump para proteger setores estratégicos dos EUA, enquanto impõe custos adicionais sobre parceiros comerciais.

As tarifas recém-anunciadas entram em vigor a partir de 5 de abril, com as taxas mais elevadas sendo aplicadas a partir de 9 de abril. Diante do acirramento da disputa comercial, especialistas alertam para possíveis repercussões na economia global, incluindo uma desaceleração econômica e impactos diretos no custo de vida dos consumidores americanos e estrangeiros.

Redação DiárioPB

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