Tárcio Teixeira expõe dados de contaminação dos profissionais da saúde com Covid-19 e cobra maior atenção das autoridades
O assistente social do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Estado, Tárcio Teixeira, em texto publicado em suas redes sociais, expôs dados onde mostra que 1/4 das pessoas contaminadas pela Covid-19 são profissionais da saúde, dado esse preocupante e que precisa ser tratado com a seriedade que merece pelas autoridades de Saúde.
Segundo Tárcio, “esse dado não é decorrente de desconhecimento ou falta de cuidados desses profissionais, mas da falta de estrutura, falta de equipamentos de proteção e falta de uma política específica para esse importante segmento social”.
Eis a seguir a análise:
Profissionais da Saúde só Merecem Palmas e Coraçãozinhos?
Poucos portais destacaram que na Paraíba, ao menos até antes de ontem, quase 1/4 das pessoas contaminadas pelo COVID-19 são profissionais da saúde, esse dado é preocupante e precisa ser tratado com a seriedade que merece.
Tenho certeza que esse dado não é decorrente de desconhecimento ou falta de cuidados desses profissionais, mas da falta de estrutura, falta de equipamentos de proteção e falta de uma política específica para esse importante segmento social.
Quando um/a enfermeiro/a, assistente social, médico/a fisioterapeuta, psicólogo/a, ou qualquer profissional da saúde, larga e vai para casa encontrar seus familiares, muitas vezes crianças e idosos/as, o medo aperta o coração, já que a prevenção não se trata apenas de cuidados pessoais. Além de leitos é urgente estruturar quartos em hotéis da cidade que garantam a profissionais da saúde mais uma opção de cuidado.
Soube de profissionais produzindo seu próprio EPI e de algumas ações solidárias nesse sentido, mas é urgente uma política estruturada para esse processo. Não pode ser considerada uma questão de opção uma fábrica entrar ou não nesse tipo de produção, se tem condições estruturais para isso o Estado deve obrigar a tal produção, salvar vidas não deve ser opção, mas obrigação.
A testagem deve ser ampliada urgentemente e iniciar pelos profissionais da saúde, pessoas que passarem pelas unidades de saúde, familiares dos/as profissionais de saúde e depois a população em geral, exatamente nessa ordem. Garantir segurança aos profissionais de saúde é garantir segurança para toda sociedade.
No Trauminha, em João Pessoa, segundo um depoimento que recebi, não falta EPI, mas sobra mofo e ferrugem nos leitos, no repouso das/os profissionais e em outras áreas do hospital, como na passarela por onde passam macas, pacientes e profissionais. Lembremos que estamos tratando de um vírus com grande impacto no sistema respiratório.
Perder um/a profissional da saúde não é “só” perder centenas de atendimentos, é perder uma vida e não é tolerável perder nenhuma vida!
Tárcio Teixeira
Assistente Social do MPPB