Sobe para 98 o número de concursos fraudados na Operação Gabarito; Enem 2017 estava na mira
A Operação Gabarito chegou a sua quarta fase e o número de concursos públicos municipais, estaduais e federais onde foram identificadas fraudes pela equipe de investigação da Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF), subiu para 98. Além disso, de acordo com o delegado Lucas Sá, os criminosos tinham uma agenda de concursos a serem fraudados em 2017 e 2018, incluindo o Enem deste ano.
Durante a investigação, 31 pessoas foram presas. O Grupo é acusado de fraudes em concursos em pelo menos 15 estados, aprovou mais de 500 pessoas e movimentou R$ 29 milhões em 12 anos de atuação.
As vagas custavam até R$ 150 mil e, o mais intrigante, segundo Lucas Sá, se o candidato se amedrontasse na hora de fraudar a prova, ele poderia pagar um valor a mais para um “boneco” – um membro da organização criminosa com documento falso – ir ao local do exame fazer a prova em seu lugar. “Nesse caso o candidato só se preocupava com o concurso no dia de ser nomeado”, disse.
O fato dos irmãos Borges, apontados como os líderes da “empresa”, serem policiais militares de Alagoas – um dos 29 concursos que os dois tinham sido aprovados de maneira fraudulenta – tornava ainda mais grave a ameaça feita aos “clientes” caso os fraudadores fossem dedurados.
Segundo o delegado de Defraudações e Falsificações de João Pessoa, já foi identificada uma outra organização criminosa anexa à da Paraíba, dos irmãos Borges. “Há uma célula em Pernambuco que nós acreditamos que seja até maior que a da Paraíba”, confirmou Lucas Sá.
Ele disse que os irmãos também já tinham uma ramificação em Alagoas, “afinal um dos líderes era secretário-adjunto de uma cidade lá. Sempre que ele ia para lá se encontrava com os outros criminosos, tanto é que Paraíba, Pernambuco e Alagoas são os estados com mais concursos fraudados”, relatou.
Redação com G1