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Sínodo Amazônico: Documento final aponta que a Igreja deve combater o “pecado ecológico”

O Documento final do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia foi entregue neste sábado (26), após o termino da Assembleia, apontando que a defesa da Região depende de uma verdadeira “conversão ecológica e cultural”, passando pelo combate ao “pecado ecológico”, em alusão as queimadas, e que a “Igreja está comprometida em ser aliada”. Segundo o Documento, essa conversão tem diferentes significados: integral, pastoral, cultural, ecológica e sinoda.

Ainda segundo o Documento, o texto final é o resultado do “intercâmbio aberto, livre e respeitoso” desempenhado durante as três semanas de trabalhos do Sínodo, para relatar os desafios e o potencial da Amazônia, o “coração biológico” do mundo, espalhado por nove países e habitado por mais de 33 milhões pessoas, incluindo cerca de 2,5 milhões de indígenas, sendo essa uma área “vulnerável do mundo” devido às mudanças climáticas provocadas pelo homem, que está “numa corrida frenética rumo à morte” e que isso exige urgentemente uma nova direção que permita que seja salva, sob pena de “impacto catastrófico” em todo o planeta.

Outros assuntos abordados na Assembleia – Entre os temas mais polêmicos abordados, o Sínodo também propôs a ordenação de homens casados, em alguns casos, para suprir a falta de padres na Amazônia. Os participantes do encontro pedem para participar da discussão sobre o diaconato feminino na Igreja com suas experiências.

Diaconato – O diácono é um ministro dedicado ao serviço na Igreja e está um grau abaixo de um padre (não pode celebrar missas, ouvir confissões nem ungir os enfermos). Atualmente, só homens podem ser diáconos, mas há evidências de que mulheres realizaram serviços parecidos no passado.

O texto final do Sínodo sobre a Amazônia foi votado por 181 participantes que têm direito a voto, os chamados “padres sinodais”. Durante a votação do documento, todos os parágrafos receberam maioria de dois terços de aprovação. Os que causaram mais discórdia foram justamente os parágrafos que tratam dos padres casados e das mulheres diaconisas.

Confira os principais trechos do Documento:

* O conceito de “pecado ecológico” como uma “ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente” e o chamado à conversão e o cuidado da “casa comum”, isto é, o planeta Terra.

* Para isso, é preciso promover uma “ecologia integral como único caminho possível”. A ideia é não separar as questões ecológicas dos problemas sociais.

* Proposta de criação de um observatório da Igreja para denunciar problemas ambientais e sociais, promovendo a “defesa da vida” e “defendendo os direitos dos mais vulneráveis”.

* Pedido de maior mobilização da comunidade internacional para destinar recursos econômicos para a proteção da floresta e para a promoção de “um modelo de desenvolvimento justo e solidário” na Amazônia.

* O texto faz fortes denúncias dos crimes contra os direitos humanos na Amazônia, dizendo que há “impunidade na região com relação a violações” desses direitos e “obstáculos para obter justiça”.

* Proposta de ordenação de homens casados nas zonas remotas da Amazônia para suprir a falta de padres. O texto diz que algumas regiões passam meses e anos sem a missa. Embora continuem “apreciando o celibato como dom de Deus”, os bispos do Sínodo propõem “ordenar homens idôneos e reconhecidos da comunidade” que já sejam diáconos permanentes, mesmo que tenham uma família.

* Há menção sobre o reconhecimento do “papel fundamental das mulheres” nas comunidades da Amazônia e um pedido para que líderes da região possam participar da discussão sobre a implantação do diaconato feminino.

Vatican News

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Redação DiárioPB

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