Servidores públicos realizam greve nacional contra reforma administrativa com protestos na Paraíba
Trabalhadores do serviço público realizam nesta quarta-feira (18) uma greve nacional da categoria em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 32/2020, a “reforma administrativa”. Além de parar as atividades por 24 horas, os servidores na Paraíba fizeram, nesta manhã, atos públicos em João Pessoa (em frente ao prédio da Receita Federal) e Campina Grande (na praça Clementino Procópio).
Segundo Fernando Cunha, presidente da ADUFPB, uma das entidades que integram a organização do movimento na Paraíba, o dia de greve nacional foi definido durante o Encontro Nacional dos Servidores e Servidoras, que aconteceu em 29 e 30 de julho, com a presença de mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o funcionalismo público das três esferas – municipal, estadual e federal.
“Nós, da ADUFPB, realizamos uma assembleia on-line na segunda-feira, dia 16, e aprovamos por ampla maioria, sem nenhum voto contrário, a adesão da categoria à greve nacional do dia 18 de agosto. E estamos convocando todas e todos aqui em João Pessoa a participarem do ato público, em frente à Receita Federal, na avenida Epitácio Pessoa, mantendo, claro, todos os cuidados sanitários, como uso de máscara N95 ou PFF2 e higienização das mãos com álcool”, afirmou Fernando Cunha.
Foram colocadas faixas, cartazes, panfletos e um carro de som, onde as lideranças presentes fizeram falas sobre os perigos da contrarreforma administrativa do governo federal.
“Esse é um momento decisivo na luta contra a PEC 32 e é preciso mostrar a força dos trabalhadores, que se reflete nas ruas, pressionando os parlamentares a dizerem não à morte do Serviço Público”, enfatizou o presidente da ADUFPB.
A Central Única dos Trabalhadores na Paraíba (CUT-PB) também integra a organização da greve nacional. Segundo o presidente da entidade, Tião Santos, a agenda de destruição, ataques à classe trabalhadora e retirada de direitos do governo Bolsonaro avança a cada dia. “A reforma administrativa está a todo vapor no congresso e acreditamos que só vamos barrá-la com o povo nas ruas, protestando e pressionando os deputados para que eles não votem por esse desmonte. Isso não é uma reforma, é o fim no serviço público!”, alertou.
Tião Santos ressaltou que a PEC 32 não é a única ameaça aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Na última quinta-feira (12), a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória nº 1.045/2021, que segundo ele precariza ainda mais as relações de trabalho no país, retirando o direito a férias e até ao FGTS. “É rasgar o que nos resta da CLT!”, sentenciou o presidente da CUT-PB.
Para aprovar uma PEC, são necessários os votos favoráveis de 308 deputados. Após ser apreciada pelo plenário da Câmara em dois turnos, a matéria ainda precisa ser aprovada também em dois turnos no Senado por pelo menos 41 votos, antes de ser promulgada. A medida ainda não tem prazo para ser colocada em votação na Câmara, mas já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).