Secretaria de Segurança vai combater milícias, no campo, na região do Agreste
A Secretaria de Segurança Pública da Paraíba prometeu tomar providências para combater a ação de milícias que atuam na zona rural da região do Agreste da Paraíba, ameaçando e espancando famílias de trabalhadores rurais sem terra. A informação é do deputado estadual Frei Anastácio. “As milícias são formadas por capangas pagos por donos de terras, na região do Agreste”, disse o deputado.
Segundo o parlamentar, a decisão da Secretaria de Segurança em agir contra as milícias é fruto de uma série de reuniões presididas pelo procurador da República, na Paraíba, José Godoy e a secretária de Desenvolvimento Humano do Estado, Cida Ramos. “O procurador e a secretária estiveram na zona rural de Mogeiro, ouviram trabalhadores e analisaram toda situação. Na sexta-feira (17), tivemos mais reuniões na Procuradoria da República e na Secretaria de Desenvolvimento Humano do Estado, de onde saíram vários encaminhamentos. Um deles foi o pedido do procurador da República por providências urgentes da Secretaria de Segurança no combate às milícias no Agreste”, relatou.
.Participaram das reuniões, o deputado federal Luiz Couto, Frei Anastácio e assessorias, o procurador da República, José Godoy, a secretária de Desenvolvimento Humano do Estado, Cida Ramos, coordenadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e assessores jurídicos, INCRA, representantes da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar e trabalhadores da fazenda Fazendinha, em Mogeiro.
Tortura
Frei Anastácio lembrou que, no início deste mês, um trabalhador rural foi sequestrado por quatro capangas e passou por sessão de tortura. Apesar de ficar muito ferido, a vítima não teve corarem de denunciar os agressores na delegacia de Mogeiro, temendo ser morto. “Mas, o caso é de conhecimento do procurador da República, que ouviu o trabalhador e outras famílias vítimas do terror causado pelas milícias, que chegaram até a destruir uma casa, através de incêndio, no assentamento João Pedro Teixeira, no mês de setembro”, relatou Frei Anastácio.
Frei Anastácio denuncia que a ação dos capangas é tão forte, que oito camponeses ameaçados decidiram prestar depoimento na Procuradoria da República, e não na delegacia de Mogeiro. Os depoimentos foram colhidos e encaminhados direto para a Secretaria de Segurança Publica para instauração o inquérito policial. “Uma das milícias é das terras da família Silveira. São capangas violentos, que vivem armados aterrorizando os camponeses”, denunciou.
Desapropriação
Durante as reuniões, também foram tirados encaminhamentos em relação às providências para desapropriação das terras de Fazendinha, através do INCRA, e sobre a ação de despejo das famílias.Quanto a liminar de reintegração de posse, foi elaborado um documento assinado pelo procurador e encaminhado para a secretária Cida Ramos,Secretaria de Segurança Publica e a CPT solicitando uma audiência com o juiz da Vara Agrária para discutir a situação das famílias e encontrar uma saída menos dramática para os camponeses.
Assessoria