SBT terá de responder por comentários de Rachel Sheherazade
Os comentários feitos por Rachel Sheherazade, em fevereiro deste ano no “SBT Brasil”, sobre as pessoas que amarraram um assaltante de 15 anos a um poste no Rio renderam um processo ao SBT. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S. Paulo” desta quarta-feira (24), o Ministério Público Federal iniciou uma ação civil pública pedindo a retratação do comentário feito pela jornalista.
Na ocasião, Rachel Sheherazade disse que é compreensível a atitude dos rapazes que prenderam o jovem nu ao poste devido ao altos índices de violência que assolam o país. Caso a jornalista não cumpra a ação do MPF, se a decisão por favorável, a emissora terá que pagar multa de R$ 500 mil por dia.
Para o procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, Rachel Sheherazade defendeu a tortura, estimulou a ação de justiceiros e violou o princípio da dignidade humana. Ele pede que o SBT seja condenado a pagar indenização de R$ 532 mil por dano moral coletivo e cobra que o governo federal fiscalize mais as TVs, que detêm concessões públicas.
Procurado pela colunista, o SBT afirma, em nota, que ainda não recebeu nenhuma notificação da Justiça. Sobre a suposta violação dos direitos da criança e do adolescente, o comunicado afirma que “o Poder Judiciário arquivou o procedimento de verificação instaurado pelo Ministério Público de São Paulo”.
Em março deste ano, Jandira Feghali (PCdoB/RJ) protocolou uma representação junto ao MPF contra Rachel Sheherazade. “Não se pode confundir liberdade de expressão com incitação ao crime. A gente luta pela liberdade de expressão há décadas! A jornalista fez clara menção contra os direitos humanos, propagando uma mensagem de ódio e intolerância, incitando-os na sociedade. E isso tudo com recursos públicos”, diz Jandira, em nota, ao Purepeople.
Por causa dos comentários polêmicos, Rachel Sheherazade foi vetada de emitir opiniões no “SBT Brasil” até o fim das eleições. De acordo com o colunista de TV Daniel Castro, a jornalista terá espaço para comentar livremente as notícias no fim de outubro.
MSN News