Saúde: Profissionais de JP alertam para riscos à visão pelo mau uso de eletrônicos

Uso inadequado de equipamentos eletrônicos, falta de cuidado na aplicação de maquiagens e deixar os óculos de sol em casa. Estas são atitudes que fazem parte da rotina de muita gente, e que afetam diretamente um dos sentidos mais importantes: a visão. O alerta é feito por oftalmologistas, profissionais que têm seu trabalho comemorado no dia 7 de maio. De acordo com eles, cuidados básicos no cotidiano podem garantir mais saúde para os olhos e, principalmente, mais qualidade de vida.

Os problemas na visão afetam diretamente a vida das pessoas, desde o desempenho de tarefas mais simples até o rendimento no trabalho ou na escola. Mensalmente, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) regula 4.340 consultas oftalmológicas e também assegura a realização de 500 cirurgias de tratamento da catarata.

A oftalmologista Onedilva Travassos atende no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe e diz que não é possível viver bem sem cuidar da visão. “Uma boa visão é essencial para a qualidade de vida e a palavra nesse caso é a prevenção, tanto com cuidados diários quanto com a consulta a um profissional, que precisa ser procurado também para os exames completos de rotina”, explicou.

De acordo com a especialista, o médico deve ser procurado ao menos uma vez ao ano, mas também há diversas medidas que são importantes no dia a dia, a começar por uma coisa bem simples: perceber se estamos piscando. “Quando estamos utilizando aparelhos eletrônicos como celulares e computadores acabamos focando tanto a tela que esquecemos de piscar. Sem piscar não é possível espalhar a lágrima, nosso lubrificante natural, pelo olho, o que pode causar problemas como a síndrome do olho seco”.

A solução, segundo ela, é lembrar de piscar os olhos ou recorrer aos colírios lubrificantes. “Outra técnica importante é, a cada 20 minutos, focar em outro ponto que não seja o monitor, e descansar a vista por ao menos um minuto”, explicou.

Usar óculos escuros durante exposição ao sol também é essencial, sempre verificando se o produto utilizado garante proteção contra raios UVA e UVB. “Se essa proteção os olhos ficam expostos a doenças provocadas pela radiação, como é o caso do pterígio, que é mais conhecido como a carnosidade no olho”, destacou. Para as mulheres, ainda é recomendado o cuidado na hora de passar maquiagens, principalmente no que se refere à qualidade da marca e a validade do produto.

Também no leque de cuidados essenciais está a boa alimentação. A oftalmologista Onedilva Travassos recomendada a ingestão de alimentos ricos em carotenoide (espinafre, couve), ômega 3 (peixes) e luteína (gema do ovo, principalmente cozida), que previnem envelhecimento. Evitar a obesidade também é importante, já que doenças que costumam acompanha-la, como o diabetes e a hipertensão, afetam diretamente os olhos, principalmente a retina.

O processo se inicia nas Unidades de Saúde da Família (USF), Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou nos Centros de Atenção Integral em Saúde (para os usuários que moram em áreas descobertas). Após uma primeira consulta com um clínico geral, os pacientes são encaminhados para uma consulta especializada com um oftalmologista, que é encaminhada pelo Sistema de Regulação.

Esse encaminhamento pode ser feito para diversos pontos de saúde especializados, que fazem parte da estrutura do Município ou estão a ele vinculados.  De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todos os meses são regulados 4.340 consultas oftalmológicas e 500 cirurgias de catarata.

Ainda em 2013, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promoveu um mutirão de cirurgias de catarata, que teve o objetivo de reduzir a fila de espera pelo procedimento. Em um período de 45 dias, foram realizadas mais de mil cirurgias.

Uma visão bem cuidada também é decisiva em uma das fases mais importantes da vida: o período escolar. Problemas de visão são corriqueiramente detectados como interferência no rendimento das crianças e adolescentes, que acabam com dificuldades para acompanhar as aulas. “O rendimento fica completamente comprometido pelo fato de a limitação interferir também no ritmo da turma”, relatou a professora Jaqueline Rocha, da Escola Índio Piragibe, em Mangabeira.

Foi pensando nisso que a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) firmou uma parceria das secretarias da Saúde e da Educação, levando consultas para as escolas da Rede Municipal de Ensino. O objetivo é detectar estudantes com problemas de visão, entre outros que comprometam a interação, e trabalhar na resolução do problema. Em sua última edição, em 2014, o programa distribuiu 2.500 óculos, que mudaram a rotina dos alunos beneficiados para melhor.

De acordo com a oftalmologista Onedilva Travassos, é essencial o cuidado com crianças de idade escolar e pré-escolar. “É nessa fase que as crianças começam a desenvolver os problemas na visão e isso precisa ser percebido com urgência por pais e professores e tratado por um profissional”, explicou.

“Antes eu tinha que fechar os olhos e forçar muito para conseguir ver o quadro. Era muito difícil copiar e aprender. Agora ficou mais fácil, só tiro notas boas”, disse Taynara Ferreira, que está no 4º ano escolar. O aluno Albeny de Oliveira, do 6º ano, recuperou o tempo perdido. “Agora posso ler meus livros sem dificuldades”, apostou.