Restrições de Trump a viagens e negócios com Cuba entram em vigor na quinta-feira EFEWashington8 nov 2017
As restrições de viagens a Cuba e proibições de fazer negócios com certas empresas anunciadas em junho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarão em vigor na quinta-feira, segundo anunciou nesta quarta-feira o Governo americano.
O Departamento do Tesouro publicou hoje as novas regulações para os viagens e o comércio com Cuba, que serão implementadas de forma imediata no marco da decisão de Trump de congelar a normalização das relações bilaterais empreendidas pelo seu predecessor na Casa Branca, Barack Obama.
“Fortalecemos as nossas políticas para Cuba para afastar a atividade econômica das forças militares cubanas e encorajar o governo (do presidente Raúl Castro) a avançar para uma maior liberdade política e econômica para o povo cubano”, destacou em comunicado o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.
Como já havia antecipado Trump em discurso em junho em Miami, no qual anunciou as mudanças na política para a ilha, a partir de agora os americanos estarão proibidos de fazer transações com entidades cubanas controladas pelos serviços militares, de inteligência e de segurança.
Além disso, as viagens individuais de americanos à ilha para iniciar contatos com o povo cubano “que não tenham caráter acadêmico já não estarão autorizadas”, de acordo com o Departamento do Tesouro.
Não obstante, algumas dessas viagens, antes autorizadas, poderão ser realizadas se o interessado comprou o bilhete de avião ou fez sua reserva de hospedagem antes de 16 de junho, data na qual Trump anunciou a nova política para Cuba.
Quanto às chamadas “viagens de apoio ao povo cubano”, o Governo dos EUA exigirá a partir de agora que os interessados participem “de um programa de atividades que impliquem em uma interação genuína com indivíduos em Cuba”.
As novas normas serão publicadas nesta quinta-feira no Registro Federal dos EUA e entrarão em vigor de maneira imediata.
Trump prometeu durante sua campanha eleitoral endurecer a política para Cuba e, embora não tenha chegado a cortar as relações diplomáticas, restabelecidas sob o mandato de Obama, deixou claro que apoia manter o embargo econômico imposto há mais de meio século à ilha.
As relações pioraram ainda mais por causa dos supostos ataques acústicos que, segundo os EUA, causaram sintomas físicos a 24 diplomatas americanos desdobrados em Havana, enquanto Cuba acusa os Estados Unidos de mentir a respeito.
Por causa desses supostos ataques, o Departamento de Estado retirou mais da metade de seu pessoal em Havana, expulsou dois terços dos funcionários da embaixada cubana em Washington e recomendou aos americanos a não viajarem para Cuba.
EFE