JUSTIÇA

Repasses da Odebrecht para Alckmin eram feitos por meio de senhas como ‘pastel, pudim e bolero’

247A denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público Eleitoral de São Paulo contra o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira (23) aponta que ele recebeu R$ 11,3 milhões da Odebrecht durante as eleições de 2010 e 2014, quando foi eleito e reeleito para o Palácio dos Bandeirantes.

Alckmin é acusado de cometer crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral, o chamado caixa dois de campanha.

Segundo reportagem do G1, os repasses foram feitos por meio do cunhado do ex-governador, Adhemar César Ribeiro, e de um ex-tesoureiro de campanha do tucano, Marcos Antonio Monteiro. A entrega do dinheiro usava senhas como “pastel, pudim, escravo e bolero”, diz a denúncia.

Os primeiros pagamentos, segundo os promotores do caso, aconteceram entre 28/07/2010 e 02/11/2010, por meio do departamento de Operações Estruturadas da construtora, nome formal do setor da empreiteira responsável por operacionalizar pagamentos de propina e caixa dois a políticos de vários partidos.

Segundo a denúncia, na eleição de 2010, a Odebrecht repassou à Alckmin o valor total de R$ 2 milhões. O dinheiro teria sido entregue por Álvaro José Gallies Novis, doleiro proprietário da Hoya Corretora, ao cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro, em vários encontros.

Nas planilhas da Odebrecht, Alckmin é apontado com o codinome de “Belém” e o repasse dos valores era feito em espécie. Durante os encontros, Novis e Adhemar usaram senhas como “acara, escravo, cabana, teatro peixe, presépio, borracha, fafa, colônia e pastel” para o recebimento do dinheiro, segundo os promotores do caso.

Ao longo de 2010, foram 11 entregas feitas por Novis ao cunhado de Alckmin. Os encontros eram sempre no escritório de Adhemar, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Sul de São Paulo, e os valores das entregas variaram entre R$ 50 mil a R$ 500 mil.

Já na campanha de 2014, quando Alckmin concorreu à reeleição ao governo estadual, ele foi identificado como “meia” numa tabela disfarçada, que usava termos do futebol.

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Redação DiárioPB

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