POLÍCIA FEDERAL

Quem é o ex-policial federal apontado como líder do esquema que abasteceu o Comando Vermelho

Investigação da PF revela que Josias João do Nascimento seria o verdadeiro chefe do tráfico internacional de armas que forneceu milhares de fuzis para o CV

Um ex-agente da Polícia Federal (PF), que por anos trabalhou dentro da instituição responsável por combater o crime organizado, agora é apontado como o cérebro por trás de um dos maiores esquemas de tráfico internacional de armas do país. Josias João do Nascimento, que teve sua aposentadoria publicada no Diário Oficial da União em janeiro de 2019, é o principal alvo da operação deflagrada pela PF na manhã desta quinta-feira (20). Segundo as investigações, ele seria o verdadeiro chefe do esquema milionário que abasteceu o Comando Vermelho (CV) com armamento pesado.

De acordo com informações obtidas pelo Metrópoles, Nascimento ocupava uma posição de comando acima de Frederick Barbieri, o criminoso conhecido como “Senhor das Armas” e condenado nos Estados Unidos pelo tráfico de fuzis. O esquema, que movimentou pelo menos R$ 50 milhões, tinha como base o envio de aproximadamente 2 mil fuzis de Miami, nos Estados Unidos, para comunidades dominadas pelo CV no Rio de Janeiro.

A operação desta quinta-feira, denominada Cash Courier, resultou no cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão em endereços de luxo na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, bairros nobres da zona oeste do Rio. Os investigadores descobriram que o grupo criminoso utilizava um complexo sistema de lavagem de dinheiro, investindo os lucros do tráfico de armas na compra de imóveis, bens de alto valor e na criação de empresas de fachada operadas por laranjas.

Essa nova fase das investigações é um desdobramento da Operação Senhor das Armas, realizada em 2017, quando 60 fuzis foram apreendidos no Aeroporto Internacional do Galeão. Na época, já se sabia da existência de um fluxo constante de armas chegando ao Rio de Janeiro, mas apenas agora a PF identificou o verdadeiro líder do esquema e sua participação na estrutura criminosa que alimentava facções com armamento de guerra.

Os envolvidos na organização criminosa serão indiciados por tráfico internacional de armas, organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva. O nome da operação, Cash Courier, faz referência à tática do grupo para movimentar grandes quantidades de dinheiro em espécie sem deixar rastros bancários que pudessem incriminá-los.

A revelação de que um ex-policial federal liderava um esquema dessa magnitude lança uma nova luz sobre as conexões entre o crime organizado e setores que deveriam combatê-lo. A PF segue aprofundando as investigações para identificar outros possíveis envolvidos na estrutura criminosa.

Com Brasil 247

Redação DiárioPB

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